Não que o velho Goldman não mereça, ele que sempre foi um quercista infiltrado no PSDB.
Mas sua expulsão por traição, junto com Saulo de Castro e mais 15 outros membros do diretório paulistano, era o que faltava para completar a palhaçada em que o PSDB se meteu desde que Geraldo Alckmin “inventou” de lançar João Doria à prefeitura de São Paulo como plataforma para sua campanha à presidência.
Desmoralizado nacionalmente, pelo andar da carruagem Geraldo deve ser o próximo a ser defenestrado, já que o que motivou a expulsão de Saulo de Castro, segundo o Estadão, é o fato de ter levado o presidenciável tucano a um encontro com Márcio França, na calada da noite deste domingo, tão logo as urnas confirmaram a ida do governador em exercício ao segundo turno contra Doria.
Conversei com Arnaldo Madeira, fundador e um dos cardeais tucanos, sobre a crise do partido em São Paulo e no Brasil.
Ele atribui toda a bagunça a Geraldo.
“Foi o grande derrotado desta eleição”, disse o ex-deputado e ex-secretário de Estado. “Lançou dois candidatos ao governo e acabou ficando sem nenhum. Não sabe articular, não consegue ouvir opiniões divergentes. Levou o PSDB a perder o bonde da história”.
Segundo Arnaldo Madeira, Geraldo é um “falso” humilde, “vaidoso e dissimulado”.
Mas, se é para fazer a limpeza, Madeira é outro que pode preparar o boné.
Neste segundo turno, não vai com João Doria nem por decreto.
“Não tem nada com o PSDB. Defende uma agenda absolutamente divergente com o que o partido sempre pregou”.
Ao contrário de Geraldo, que se encontrou com governador em exercício no domingo, Madeira diz que não vai apoiar Márcio França. “Dória e França são inadequados para comandar São Paulo”.
Goldman é apenas a ponta do iceberg da crise que se instalou no partido.
Prefeitos do interior estão fazendo campanha para França às escondidas para evitar o mico de serem expulsos.
Nesta segunda, o presidente estadual, Pedro Tobias, encaminhou a Geraldo, presidente nacional do partido, proposta de expulsão do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que na semana passada andou com Marina Silva (presidenciável da Rede) pelas ruas centrais da capital amazonense.
Serra, depois que se livrou (por causa da idade avançada) das pipas da Lava Jato, passou a acompanhar Geraldo nas agendas, sem esconder sua antipatia a Doria.
Seu principal interlocutor, Andrea Matarazzo, hoje no PSD, participou do conselho político da campanha de Skaf, tendo inclusive pedido que eu consertasse uma informação neste DCM – apurei que ele e Serra estavam com França.
Na bagunça que se instalou, a melhor síntese é a de Arnaldo Madeira, analisando a condução do partido sob Geraldo.
“O PSDB perdeu o bonde da história”.
Geraldo, Goldman, Doria e cia se merecem.