Por Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo
Parece simples, mas mudar a estrutura do pensamento patriarcal exige séculos de luta. Recentemente, conquistamos o direito de assistir aos jogos do Brasil da Copa do Mundo feminina de futebol, após mudanças nos horários das agências bancárias.
O Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região solicitou aos bancos, financeiras e cooperativas da sua base territorial a redução das jornadas dos trabalhadores nos dias de jogos do Brasil.
As agências bancárias terão horário alterado nos jogos do Brasil na Copa do Mundo Feminina de Futebol, como acontece no mundial masculino. Nos dias de jogos da seleção brasileira que iniciarem às 8h, no horário de Brasília, os bancos abrirão uma hora mais tarde. Ainda, segundo a Fenaban, “cada banco adotará política própria para os colaboradores que não trabalham em agências”.
Importante destacar que essa conquista seguiu uma decisão do governo federal que estabeleceu o ponto facultativo para os jogos da Seleção feminina na Copa.
A prática do futebol feminino é cercada de preconceitos. Há bem pouco tempo, em 14 de Abril de 1941, durante a presidência de Getúlio Vargas, foi-se criado o Decreto-Lei 3199, proibindo a “prática de esportes incompatíveis com a natureza feminina”, entre eles o futebol. Este decreto-lei só seria revogado em 1979.
O campeonato nacional de futebol feminino foi interrompido diversas vezes, por falta de patrocínio, interesse e apoio por parte dos clubes, confederações e empresas. Esta será apenas a nona edição do Mundial Feminino.
Portanto, essa é uma luta de todas as mulheres e toda a sociedade, por respeito, igualdade e oportunidade.
Publicado originalmente na página do Sindicato dos Bancários