Xuxa concedeu uma entrevista reveladora para a Caras da Argentina nesta sexta-feira, 21.
A apresentadora, de 55 anos, abriu o jogo sobre o relacionamento pessoal e profissional que mantinha com sua então empresária, Marlene Mattos.
CARAS – Alguma vez trabalhou pensando no dinheiro que os seus shows gerava? Alguma vez já pensou em trabalhar com crianças como uma ponte para se tornar uma milionária?
Xuxa Meneghel – Eu nunca soube o que ganhava ou quanto meu show lucrava. Eu fui tão inocente que me roubaram muito.
Te roubaram e você nunca soube do golpe financeiro?
Eu posso dizer que trabalhei na Argentina, nos EUA, na Espanha e, depois de um curto período de tempo, a única coisa que encontrei foram dívidas. Eu nunca soube o quanto ganhei na Argentina. Eu nunca soube o que o canal me pagou e nunca perguntei.
Tudo foi tratado pela sua então empresária, Marlene Mattos?
Sim, eu não tinha uma única conta corrente. Deixava tudo nas mãos de outras pessoas. Eu nunca fiz nada para ganhar mais dinheiro porque jamais me interessei.
Depois de ter sido roubada por tantos anos, como se planeja financeiramente?
Lamentavelmente, aprendi a desconfiar das pessoas. Mas também sei que tenho que ter pessoas ao meu lado que lidem com a parte financeira. O artista trabalha com emoção. Agora eu não coloco toda a minha confiança em uma só pessoa, porque até o advogado que eu tinha na época me roubou. Hoje eu não coloco meu império sobre o meu trabalho, mas não tenho uma única pessoa que administre tudo o que eu gero. Infelizmente, nunca terminamos de conhecer o ser humano e, quanto mais o conheço, mais amo meus animais e as crianças. Porque quando olham para mim não querem saber se tenho dinheiro ou não.
Se sentiu usada…
Eu me senti usada, abusada …
Como você poderia sustentar essa energia luminosa trabalhando com crianças sendo usada e maltratada por sua própria empresária?
Eu amava muito a Marlene, eu a amava e colocava meu amor e meu respeito por ela na frente de qualquer coisa.
Você já teve uma conexão mais profunda com ela que não era puramente profissional?
Não, e eu acho que se eu tivesse eu não seria capaz de aguentar. O ruim é que as pessoas que começam a trabalhar comigo, vendo que eu não vou atrás do dinheiro, sentem que são responsáveis pelo que sou. Eles não valorizam o que eu sou, eles não me respeitam… eles sentem que o que eu posso ser ou provocar para o meu público é uma responsabilidade e uma conquista deles. E o que eles não sabem é que meu único capital sou eu. Todos aqueles que trabalharam comigo acreditam que são eles que têm esse capital e êxito. Isso eu também aprendi a observar através do tempo e do crescimento pessoal.
Havia rumores de que você tinha relações íntimas com Marlene e uma certa aproximação com suas famosas paquitas…
Aqui, no Brasil, uma vez disseram que eu abusava das paquitas. Tudo mentira! Eu acho que essas coisas foram ditas porque naquela época, nos anos 90, eu não estava com nenhum homem. E se eu não estava com nenhum homem era porque Marlene não me deixava.
Certamente porque ela gostaria de tê-la só para ela.
– A única coisa que a Marlene queria é que eu focasse 100% no meu trabalho. Se eu tivesse me apaixonado por Marlene ou outra mulher, eu teria dito, porque teria me expressado através do meu corpo, meu rosto, meus olhos…