Pesquisa da USP: maioria era de golpistas, com déficit cognitivo e identificados com extrema direita

Atualizado em 27 de fevereiro de 2024 às 8:00
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participam de manifestação na Avenida Paulista. (Foto: ALLISON SALES)

Pesquisa realizada pela USP entre participantes da manifestação pró-Bolsonaro no último domingo, 25 de fevereiro, mostra um eleitor extremamente radicalizado e antidemocrático.

Para mais de 40% dos manifestantes, por exemplo, Bolsonaro deveria ter decretado uma espécie de golpe, seja decretando uma GLO (garantia da lei e da ordem) ou invocando o artigo 142.

Ou seja, são golpistas.

O mais preocupante, porém, é o grau de cognição e senso democrático dos manifestantes. Ainda segundo a pesquisa, 88% acham que Bolsonaro venceu as eleições em 2022, revelando o estrago terrível provocado pelas campanhas de desinformação patrocinadas pelo ex-presidente Bolsonaro e seu núcleo de golpistas.

Para 94%, o Brasil vive uma “ditadura”, mais um sinal preocupante do déficit cognitivo em que vivem os manifestantes.

A identificação ideológica dos manifestantes, por outro lado, não deixa dúvidas. Foi um grande encontro de radicais de extrema direita, visto que 92% dos participantes se identificam como direita, e 78% como “muito conservador”.

Análise

A pesquisa da USP, no entanto, também oferece um certo alívio aos democratas, pois ela mostra que o encontro, apesar de grande, representou apenas um grupo muito específico e minoritário da sociedade: pessoas mais velhas, brancas, de classe média alta, e extremamente radicalizadas politicamente.

Além disso, os problemas de cognição evidentes dos manifestantes, ao mesmo tempo em que os torna muito vulneráveis a campanhas de manipulação e fake news, revela a sua baixa capacidade de furar a bolha e convencer outras pessoas sobre suas ideias.

Pesquisa USP sobre ato bolsonarista. Reprodução
Pesquisa USP sobre ato bolsonarista. Reprodução
Pesquisa USP sobre ato bolsonarista. Reprodução

A íntegra da pesquisa pode ser baixada aqui.

Originalmente publicado em O Cafezinho

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link