Pesquisadores da UFPR descobrem besouro que pode ajudar polícia a solucionar crimes

Atualizado em 24 de fevereiro de 2024 às 19:05
????????? ?????????? foi encontrada em cidades paranaenses que ficam nas regiões Centro-Oeste do estado e Metropolitana de Curitiba. Foto: Ana Paula Buss/DBD/UFPR

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) identificaram duas novas espécies de besouros que têm potencial para auxiliar as autoridades policiais na resolução de crimes. Essas espécies, denominadas Aleochara capitinigra e Aleochara leivasorum, são parasitas das pupas de moscas necrófagas, que se alimentam de cadáveres. Durante o ciclo de vida da mosca, a pupa representa o estágio entre a larva e o inseto adulto.

Os besouros, pertencentes ao gênero Aleochara, desempenham um papel natural como reguladores das populações das moscas necrófagas. Ao encontrar um cadáver, as moscas iniciam o processo de colonização depositando ovos, o que atrai os besouros estudados pelo grupo de pesquisa. Esses besouros, descritos como pequenos, com cerca de 2 a 4 milímetros de comprimento, desempenham um papel crucial na investigação forense.

A presença desses besouros pode fornecer informações valiosas sobre a cena do crime, como o tempo decorrido desde a morte, se houve movimentação do cadáver e até mesmo o tipo de morte, incluindo o uso de substâncias tóxicas. Na ciência forense, a análise dos insetos que participam do processo de decomposição de cadáveres desempenha um papel fundamental em várias situações investigativas.

A descoberta e descrição dessas espécies representam apenas o primeiro passo em um trabalho mais amplo envolvendo estudos forenses. Conhecer a espécie, seu comportamento e habitat contribui para estudos subsequentes. Essas duas novas espécies foram encontradas em áreas de floresta fragmentada próximas a centros urbanos, destacando a importância da conservação da biodiversidade para aplicações forenses e ecológicas.

Pesquisadora Bruna Buss fez a revisão de espécies de besouros. Foto: UFPR

A Aleochara capitinigra foi descoberta em Rio Branco, capital do Acre, e é reconhecida pela cor preta da cabeça. Enquanto isso, a Aleochara leivasorum, identificada por características específicas do abdome e das peças de cópula, foi encontrada em três cidades paranaenses: Campina Grande do Sul, Ponta Grossa e Tibagi.

Além de seu valor científico, a descoberta dessas espécies destaca a importância de pensar em estratégias para a conservação e uso responsável da biodiversidade. A pesquisadora Bruna Buss ressalta a gratificação em contribuir para o conhecimento da biodiversidade e reconhece o potencial dessas descobertas tanto para fins forenses quanto ecológicos.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link