Pessoas de origem mais pobre ganham menos mesmo quando estudam mais, diz estudo

Atualizado em 6 de novembro de 2022 às 10:41
A educação sofreu prejuízos por causa da pandemia
Imagem: Reprodução

Um estudo publicado recentemente pelos pesquisadores Guilherme Lichand e Maria Eduarda Perpétuo, da Universidade de Zurique (Suíça), e Priscila Soares, da Universidade de São Paulo (USP), mostrou que as pessoas de origem mais pobre ganham menos mesmo quando conseguem estudar mais.

Os números se baseiam em uma série histórica de 1980 a 2021, a partir de resultados do Censo combinados com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Os pesquisadores mostraram que apesar dos avanços educacionais dos últimos 40 anos, o topo da pirâmide (os 10% mais ricos) continuou ganhando até 50% mais que a metade mais pobre, ainda que eles tenham o mesmo grau de instrução.

“Pelos resultados, podemos observar que, se duas pessoas conseguem um diploma de ensino médio, ambas vão ter recompensas pelo investimento de tempo e dedicação, mas essa diferença é 50% maior se uma delas for da elite”, explica Lichand.

Do ponto de vista racial, a discrepância também é grande: o prêmio salarial por cada diploma é até 50% maior para brancos e amarelos em relação a pretos, indígenas e pardos. Ao longo do tempo, essa distância cresceu para os ensinos fundamental e médio.

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