O colunista do UOL Leonardo Sakamoto lembrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu “extirpar da vida pública” seus opositores horas antes de Rafael Silva de Oliveira, seu apoiador, assassinar Benedito Cardoso dos Santos, que defendia o ex-presidente Lula (PT), durante uma discussão política.
A declaração aconteceu durante discurso em Copacabana, zona sul do Rio, na quarta-feira, 7 de setembro. Bolsonaro criticava os governos de esquerda de países latino-americanos. “Todos são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil. Não é voltar apenas à cena do crime… Esse tipo de gente tem que ser extirpada da vida pública”, afirmou.
Algumas horas depois da fala agressiva do presidente, o bolsonarista Rafael desferiu ao menos 15 golpes de faca em Benedito, que era seu colega de trabalho. Quando a vítima já estava no chão, ele pegou um machado e ainda atingiu seu pescoço.
O delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Victor Oliveira, contou ao G1 que o crime foi motivada por “opinião política divergente”. O assassino teve prisão preventiva decretada pela Justiça nesta sexta-feira (9).
A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), associou a morte do petista a um suposto “comando de violência” dado pelo chefe do Executivo. Em publicação nas redes sociais, a parlamentar lembrou de outro caso similar ocorido há quase dois meses, em que Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), foi morto a tiros pelo policial bolsonarista Jorge Guaranho.
“A um dia de completar dois meses do assassinato do Marcelo Arruda, do PT, por um bolsonarista, outro bolsonarista assassinou com facadas um apoiador do Lula, no MT. O comando de violência que dá Bolsonaro para extirpar Lula e os petistas leva a isso. O assassino é você, Bolsonaro”, afirmou a presidente do PT.