Petrobras retomará refinaria vendida por Bolsonaro

Atualizado em 13 de fevereiro de 2024 às 21:05
Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça-feira (13) que está construindo uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment Company para a retomada da operação da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em Mataripe, na Bahia.

A refinaria foi privatizada e vendida aos árabes durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) em novembro de 2021, como parte da política de desinvestimento da Petrobras, iniciada na gestão anterior. Desde que assumiu a presidência, no entanto, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado impedir essa iniciativa.

Prates se encontrou com o presidente do conselho do Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi, em Abu Dhabi, capital do Emirados Árabes Unidos.

“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024”, escreveu o presidente da Petrobras no X (antigo Twitter).

Prates, no entanto, não forneceu mais detalhes sobre o negócio. “Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo”, disse.

No mês passado, a Petrobras iniciou uma investigação administrativa para avaliar a venda da refinaria de Mataripe após a divulgação de um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que indicava a realização da venda por um preço abaixo do esperado.

A venda da refinaria, que é a segunda maior unidade de refino do país, marcou o primeiro desinvestimento da Petrobras nesse setor, ao preço de R$ 10,1 bilhões (na cotação da época). A Acelen, empresa criada pelo Mubadala para atuar no mercado de refino brasileiro, adquiriu a unidade.

Segundo relatório da CGU, o momento da venda da refinaria ocorreu em um cenário de “tempestade perfeita”, com pandemia de Covid-19, previsões de crescimento econômico fraco no Brasil e queda nos preços internacionais do petróleo, afetando o valor do negócio.

Além da retomada da operação da refinaria pela Petrobras, Prates afirmou também tratativas com Waleed para a expansão e aprimoramento do empreendimento de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.

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