A Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação contra Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, presidente do PRTB, partido de Pablo Marçal, por suspeitas de ameaça e violência política contra a ex-vice-presidente do partido, Rachel de Carvalho.
O inquérito foi aberto recentemente contra e comunicado à Justiça Eleitoral na última terça-feira (15). A investigação está sob a responsabilidade do delegado Renato Pereira de Oliveira, conforme informações do Estadão.
Rachel já havia acionado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a intenção de remover Avalanche da presidência do partido, alegando ter sido alvo de ameaças e violência. No entanto, a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, negou o pedido liminarmente em agosto deste ano.
Na denúncia apresentada ao TSE, Rachel afirmou que “o presidente do partido (Avalanche) ameaçou a sua vice, mulher, e a fez renunciar a seu cargo” e “afirma a quem quiser ouvir ter influência e negociações com figuras importantes do Judiciário e ligação com o crime organizado (PCC), que poderia matá-la ou alguém de sua família”.
Além disso, o processo inclui um suposto diálogo em que Avalanche teria ameaçado Rachel de maneira direta. “Você ainda não me conhece, não seja um obstáculo no meu caminho, eu sou um cara calmo, não saio do controle, você pode esbravejar, pode me xingar, jamais vou discutir com você, mas quando você receber uma ligação dizendo ‘pega tua vara e vai pescar’, você já pode despedir de seus familiares porque você vai morrer”, consta em um trecho do documento que foi anexado ao inquérito da PF.
A legislação brasileira prevê penas de três anos e seis meses a oito anos de prisão, além de multa, para os crimes de violência política (art. 359-P) e ameaça (art. 147). Recentemente, um boletim de ocorrência registrado por uma advogada de Brasília também acusou Avalanche de ameaçar, alegadamente, até mesmo crianças.
Avalanche
Desde que assumiu o comando do PRTB em fevereiro, Avalanche tem enfrentado grande oposição dentro do partido, com adversários encaminhando documentos tanto para a Polícia Federal quanto para o TSE na tentativa de removê-lo da liderança.
Até o momento, porém, nenhuma decisão judicial foi favorável a essas tentativas. O PRTB, apesar de ser um partido pequeno e sem alianças expressivas, conseguiu destaque nas eleições municipais de São Paulo, ficando em terceiro lugar com o influenciador Pablo Marçal como candidato.
Avalanche também nomeou Tarcísio Escobar de Almeida como presidente do PRTB em São Paulo, mas sua gestão foi extremamente curta. Escobar, que foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por envolvimento com o tráfico e com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), ocupou o cargo por apenas três dias antes de ser substituído por Joaquim Pereira de Paulo Neto, advogado que também se afastou de Avalanche.
Vale destacar também que, durante o rompimento, Escobar afirmou que Avalanche “enganou, fingiu e atrapalhou” o partido, enquanto outro membro, Michel Winter, fez uma declaração ainda mais forte: “a família do PRTB não vai mais aceitar você”.