A Polícia Federal (PF) vai abrir um inquérito para apurar as circunstâncias que levaram o ex-chefe de Inteligência da Receita, Ricardo Feitosa, a acessar e copiar dados sigilosos do empresário Paulo Marinho, do ex-ministro Gustavo Bebianno e de Eduardo Gussem, ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, que coordenava a investigação do suposto esquema de “rachadinhas” da família Bolsonaro.
A PF também irá investigar se o atual corregedor da Receita Federal, João José Tafner, sofreu pressão do antigo comando do órgão fiscal para arquivar processo disciplinar aberto contra Ricardo Feitosa.
Marinho e Bebianno são ex-aliados de Jair Bolsonaro (PL). A relação entre eles foi rompida ainda durante o governo do ex-chefe do Executivo.
O caso gerou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o servidor, em março de 2020. As violações teriam ocorrido em 2019. O PAD foi concluído, com a recomendação de demissão de Feitosa.
Segundo a Folha de S.Paulo, Feitosa acessou dados do Imposto de Renda de 2013 a 2019 de Eduardo Gussem e Bebianno. Já as informações sobre Marinho são de 2008 a 2019, com exceção de 2012.
Feitosa também teria acessado dados da mulher de Marinho, Adriana, de 2010 a 2013. Atualmente, o ex-chefe da Inteligência da Receita é auditor-fiscal da administração aduaneira em Cuiabá.