Na manhã desta sexta-feira (29), a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão em Brasília, tendo como alvo o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes. Durante o cumprimento do mandado, foram apreendidos um celular, uma arma e o passaporte do militar. Ele é acusado de participação nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
Em decorrência disso, foram determinados o bloqueio de ativos e valores do investigado. Segundo informações do G1, o general foi intimado pela corporação a prestar depoimento na ação que faz parte da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os eventos relacionados aos atos golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com informações do Supremo Tribunal Federal (STF), o general é considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos golpistas que ocorreram em janeiro. A ação aponta para a participação de indivíduos que auxiliaram e incentivaram os invasores a entrarem no Congresso Nacional.
Há suspeitas de que Ridauto estaria envolvido com um grupo “invisível” que teria facilitado a invasão do Congresso Nacional. Esse grupo teria aberto acessos especiais para os invasores, possibilitando a entrada no local. A investigação aponta para uma atuação profissional durante os ataques, sugerindo que os envolvidos conheciam previamente o local e possuíam treinamento.
O general é ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde e tinha ligação com o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele ocupou o cargo de diretor em julho de 2021 e foi exonerado em 31 de dezembro de 2022, no último dia do governo de Jair Bolsonaro. Atualmente, ele atua como professor do Instituto Sagres de Política e Gestão Estratégica Aplicadas.
⏯️ General alvo da PF foi a ato golpista: “Tô arrepiado”.
Na ocasião, o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes falou que estava “arrepiado” com a invasão e criticou a PMDF.
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— Metrópoles (@Metropoles) September 29, 2023
“Policiais federais cumprem um mandado de busca e apreensão, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, na cidade de Brasília/DF. Além dessa medida, foi determinado pelo STF o bloqueio de ativos e valores do investigado”, disse a nota da PF.
Ridauto Lúcio Fernandes, que anteriormente fazia parte de um seleto grupo militar conhecido como “kids preto”, é objeto de investigação da PF, que suspeita que militares desse segmento possam ter desempenhado um papel no planejamento e facilitação das invasões aos edifícios dos Três Poderes.
“Kids Pretos” é o apelido dado a especialistas em operações especiais do Exército, que são altamente treinados em, por exemplo, ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular, as chamadas “operações de guerra irregular”. Também intitulados “forças especiais”, eles compõem a elite de combate do Exército.