Uma rede de empresas fantasmas foi descoberta pela Polícia Federal (PF) nas investigações da Operação Hefesto, que investiga um esquema de fraude em licitações na compra de kits de robótica para mais de 46 escolas de Goiás. Com informações do Metrópoles.
Os endereços aparecem ligados aos nomes de Pedro e Juliana Salomão, presos pela PF sob suspeita de operar, a partir da capital da República, o braço financeiro do esquema que desviou milhões de reais do Ministério da Educação. O casal tem relação com uma rede de 25 firmas espalhadas pelo Distrito Federal.
A equipe do Metrópoles esteve em 13 das 25 firmas ligadas a Pedro e Juliana e dentre essas, apenas uma, a Basic Lounge Bar, funciona de acordo com as declarações prestadas à Receita Federal. Em um dos endereços a cena é ainda pior. A empresa, que consta no segundo piso do eddifício comercial, não possui nem acesso ao suposto segundo andar onde seria seu escritório, tudo seria apenas de fachada. A maioria das pessoas abordadas em cada um desses lugares está por ali há anos e desconhece a atividade das firmas do casal.
Mesmo sem “existir fisicamente” as companhias registram transações financeiras. Foi desse fluxo, afirmam os investigadores, que a verba desviada virou dinheiro vivo supostamente entregue a gente com conexões importantes no mapa do poder.
Entre os alvos da PF nas investigações está o motorista de Luciano Cavalcante, assessor bem próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Luciano também é investigado por participação no esquema.
Ainda segundo a corporação, a fornecedora dos kits, provavelmente, de forma superfaturada, a Megalic, repassou R$ 1,4 milhão para três empresas do casal entre 2021 e 2022.
A lista de empresas ligadas a Pedro e Juliana é diversa. No papel, as firmas declaram atuação em vários segmentos, de informática a turismo, passando por reparação de carros, consultoria, vestuário e comunicação. Tem também casa noturna. Uma outra tem como negócio principal a venda de coxinhas.
Acerca das descobertas dos investigadores, a defesa do casal, em nota, afirmou que “seus clientes não têm nenhum envolvimento com as supostas fraudes apontadas pela PF e estão à disposição para colaborar com os órgãos de investigação”. O caso segue sendo investigado.