Segundo a Polícia Federal, existem indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou todo o seu dinheiro ao exterior, com a intenção de se preparar para aplicar um golpe após o resultado das eleições de 2022. A PF ainda sugere, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que o aporte econômico dele ainda poderia ter origem ilícita.
De acordo com informações obtidas por meio da quebra de sigilo bancário de Bolsonaro, foi identificada uma operação de câmbio no valor de R$ 800 mil. Essa parte da investigação está intimamente ligada à apuração sobre a venda ilegal de joias e presentes da Presidência da República pelo tenente-coronel Mauro Cid, supostamente a mando de Bolsonaro.
“A evidência indica que o então presidente Jair Bolsonaro, ao término de seu mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, tanto ilícitos quanto lícitos, com o propósito de garantir sua permanência no exterior, possivelmente aguardando o desfecho da tentativa de golpe de Estado em curso”, afirmou a PF.
As primeiras suspeitas sobre a movimentação financeira de Bolsonaro vieram à tona em maio de 2023. Na ocasião, a equipe de defesa do ex-presidente convocou uma coletiva de imprensa para esclarecer as polêmicas envolvendo transações e gastos em dinheiro vivo durante seu mandato.
Na entrevista, o advogado Fabio Wajngarten alegou que Bolsonaro teria tirado levado suas economias aos Estados Unidos por considerar que a economia brasileira ia “de mal a pior”. Essa movimentação não estaria relacionada com a viagem de Bolsonaro para a Flórida no final de seu mandato.
Além disso, os advogados se manifestaram sobre os gastos em dinheiro vivo durante o mandato de Bolsonaro. Segundo eles, o tenente-coronel Mauro Cid, responsável por sacar valores em espécie da conta do ex-presidente para despesas da família, apresentava planilhas e recibos para cada saque realizado.
De acordo com a defesa, os saques mensais variaram entre R$ 5.680 e R$ 25.350, totalizando R$ 634.250 em quatro anos. Os advogados destacaram que Bolsonaro nunca utilizou o cartão corporativo pessoal e que os gastos em dinheiro vivo eram destinados a despesas pessoais não permitidas pelo cartão corporativo, como produtos de higiene íntima.
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