PF diz que ex de Bolsonaro movimentou mais de R$ 9 milhões e fez “transações atípicas”

Atualizado em 20 de setembro de 2022 às 17:12
Ana Cristina, ex-mulher de Jair Bolsonaro
Foto: Reprodução

A ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL) Ana Cristina Valle (PP-DF), que é candidata a deputada distrital, movimentou R$ 9,3 milhões em operações financeiras entre março de 2019 e janeiro de 2022, além de realizar transações atípicas, aponta a Polícia Federal ao analisar um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O documento serviu para fundamentar um pedido à Justiça Federal para investigar uma transferência bancária de Ana Cristina na compra de uma mansão em Brasília avaliada em R$ 2,9 milhões.

De acordo com a análise da PF, os recursos movimentados pela ex-mulher do presidente ocorreram na maior parte entre junho de 2019 e junho de 2021. As transações registradas na conta bancária de Ana Cristina somaram R$ 4,2 milhões em crédito (entrada) e R$ 4,3 milhões em débitos (saída).

Na época, ela era assessora do vereador Renan Marassi (PL) na Câmara de Vereadores de Resende (RJ), com salário de R$ 6,2 mil, e também como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF) em Brasília, com salário de R$ 8,1 mil. Em junho deste ano, ela deixou a função no Congresso para disputar o cargo de deputada distrital.

Segundo a Polícia Federal, o dinheiro movimentado na conta da ex-mulher de Bolsonaro é aparentemente incompatível com a sua principal fonte de renda. Os policiais pediram autorização judicial para investigar como ela comprou um imóvel localizado em uma região nobre da capital federal.

Ao ser procurada pelo Globo, Ana Cristina negou a movimentação financeira e disse que “o Coaf mentiu e praticou fraude” e que pedirá uma investigação contra o órgão. “Não existe nada do que alegaram. Nunca recebi estes milhões em minha conta e provo. Fui ao meu banco e descobri que não existiu nenhuma comunicação de movimentação financeira atípica para o Coaf. Criaram esta mentira apenas para iniciarem um inquérito na Polícia Federal contra mim sem justa causa com o objetivo de prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.

“Invadiram minha conta e quebraram meu sigilo bancário ilegalmente. Nada encontraram e falsificaram informações, enganando a todos. Nada existe e desafio eles a mostrarem as comunicações financeiras de movimentação atípica ou mesmo um simples extrato bancário com estes valores alegados por eles falsamente”.

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