A Polícia Federal (PF) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que as investigações até o momento apontam o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) como a “peça central” de um esquema para desviar verbas parlamentares para benefício particular. Ele foi alvo de uma operação da PF na manhã desta sexta-feira (25).
As buscas aconteceram tanto em um endereço do deputado em Goiânia quanto no seu apartamento funcional em Brasília. A PF também realizou busca na casa de um assessor de Gayer, onde foram encontrados e apreendidos aproximadamente R$ 72 mil em espécie.
Segundo a decisão de Moraes, o bolsonarista é “apontado nas investigações como peça central da associação criminosa investigada e autor intelectual dos possíveis crimes […], responsável por direcionar as verbas parlamentares para atividades de particulares”.
“Efetivamente, os indícios colhidos pela Polícia Federal revelam que o Deputado Federal Gustavo Gayer teria empregado seus secretários parlamentares, remunerados com recursos públicos, para o desempenho de demandas privadas, bem como teria utilizado verbas públicas para manter, ainda que parcialmente, essas atividades privadas, uma vez que funcionariam em local custeado com verbas de cota parlamentar”, diz outro trecho do despacho.
Com cerca de 60 policiais envolvidos, a PF cumpre, além do mandado contra Gayer, outras 18 ordens de busca autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal em várias cidades, incluindo Brasília (DF), Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e Goiânia (GO).
Gayer é investigado por suspeitas de desvio de recursos públicos provenientes de verbas parlamentares, supostamente direcionadas para financiar suas empresas privadas, incluindo uma escola de inglês e uma loja de camisetas em Goiânia. As investigações revelam indícios de que ele teria estado ativamente envolvido na criação e manipulação de entidades fictícias, utilizadas para desviar verbas por meio de emendas parlamentares.
“As quebras de sigilo das mídias eletrônicas indicam que Gustavo Gayer, por intermédio de seus assessores, teria adquirido uma associação inativada que satisfizesse o requisito temporal, com a intenção de qualificá-la como entidade do terceiro setor, com o fim de utilizá-la para o recebimento de verbas públicas destinadas por meio de emendas parlamentares”, diz trecho da decisão de Moraes.
“Portanto, das apurações efetivadas pela Polícia Federal, é possível extrair indícios veementes de que a aquisição de associação privada e posterior adulteração dos documentos a ela relacionados, pela associação criminosa, ocorreu com o intuito de qualificá-la para angariar e gerir recursos públicos, destinando-os para fins não previstos legalmente”.
Nas redes sociais, Gayer nega irregularidades e ataca a PF e Moraes. Assista abaixo:
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