A Polícia Federal (PF) recuperou arquivos apagados de dispositivos eletrônicos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, adicionando novas provas à investigação sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e o suposto monitoramento de autoridades.
Utilizando um dispositivo israelense para recuperação de dados, a PF encontrou mensagens deletadas em diversos aparelhos de Cid, incluindo computadores, o que abriu novas frentes de apuração, conforme informações do Blog da Daniela Lima, no G1.
Esses dados permitiram um cruzamento de informações que, segundo fontes, fortalece o conjunto de evidências do caso. Isso também levou ao adiamento da conclusão do relatório final das investigações. Mauro Cid, que é figura central no inquérito, tornou-se colaborador após fechar um acordo de delação premiada.
Vale destacar que o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), um dos investigados, prestará depoimento à PF nesta terça-feira (5), às 14h. Sua atuação como chefe da Abin e o possível envolvimento nas tramas investigadas são alguns dos pontos de interesse no depoimento.
Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a investigação sobre e-mails funcionais apagados de Cid fosse integrada ao inquérito sobre a tentativa de golpe promovida por bolsonaristas em Brasília.
Em sua decisão, Moraes argumentou que a exclusão desses e-mails está vinculada ao acordo de delação premiada que Cid firmou com a PF em setembro de 2023. O magistrado também ordenou o arquivamento do processo isolado sobre os e-mails, iniciado após pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal.