PF indicia bolsonaristas que atacaram Moraes na Itália por calúnia

Atualizado em 3 de junho de 2024 às 17:51
Os bolsonaristas que atacaram Moraes na Itália. Foto: reprodução

Nesta segunda-feira (3), a Polícia Federal optou por indiciar o empresário Roberto Mantovani, a mulher dele, Renata Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta pelos ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e seus familiares em um aeroporto na Itália em julho de 2023.

O trio será acusado pelo crime de calúnia por acusar o ministro de ter fraudado as eleições presidenciais em 2022. Contra os bolsonaristas existe ainda o agravante de que a vítima da mentira é um funcionário público e que, de acordo com o apontamento deles, teria usado seu cargo estratégico para a suposta manipulação.

O delegado da PF Thiago Severo de Rezende assinou o relatório que muda a conclusão da corporação sobre o indiciamento deles. Assim, eles passam a ser indiciados formalmente e enquadrados pela prática de crimes previstos em lei, sendo que a pena máxima pode chegar a dois anos e oito meses, devido ao agravante.

Além disso, a PF atribuiu aos acusados delitos de difamação e injúria, mas não os indiciou nesses artigos devido ao impedimento legal para crimes de menor potencial ofensivo.

O ministro do STF Alexandre de Moraes. Foto: Jorge Silva/Reuters

Antes, em fevereiro de 2024, o delegado Hiroshi de Araújo Sakaki, responsável pela investigação, havia concluído que houve “injúria real” contra o filho de Moraes, mas não indiciou a família devido a uma instrução normativa que impede indiciamentos por crimes de menor potencial ofensivo, com penas inferiores a dois anos de prisão.

O novo relatório de seis páginas apresentado ao STF detalha que, apesar da falta de áudio nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto, os depoimentos de Alexandre de Moraes e sua família são considerados como verídicos. Segundo esses depoimentos, Roberto Mantovani, Andreia Munarão e Alex Zanatta ofenderam o ministro e Roberto agrediu Alexandre Barci de Moraes, filho do ministro.

A versão dos acusados sobre o incidente em Roma foi considerada incoerente pelo delegado. Eles alegaram que a agressão de Roberto ao filho de Moraes foi uma reação a uma suposta ofensa de Alexandre Barci contra Andreia.

“Não se entende razoável que a uma versão inverossímil e, em alguns pontos comprovadamente mentirosa, possa servir de razão para o afastamento de outra que, por tudo acima exposto, se apresenta como totalmente coerente e apoiada nos demais meios de prova”, escreveu o delegado.

Rezende também destacou que as ofensas a Moraes ocorreram no contexto de ataques a autoridades por extremistas. A análise de um celular de Roberto Mantovani revelou mensagens com ofensas e notícias falsas sobre o ministro do STF, compatíveis com as palavras atribuídas ao empresário e sua família no aeroporto. “Os compartilhamentos são condizentes com as palavras atribuídas a ele e sua família no aeroporto”, afirmou o delegado.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link