A Polícia Federal formalizou o indiciamento do influenciador fitness Renato Cariani pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Mesmo após o Ministério Público solicitar sua prisão, a Justiça negou o pedido, mantendo Cariani em liberdade.
A acusação destaca que o tráfico é equiparado, pois Cariani, aparentemente, não teria diretamente lidado com drogas ilícitas, mas sim com substâncias químicas destinadas à fabricação de entorpecentes.
O influenciador prestou depoimento na sede da Polícia Federal em São Paulo, onde é suspeito de participar de um esquema que desviava produtos químicos para a produção em larga escala de drogas, principalmente crack.
O depoimento de Cariani foi acompanhado por seu advogado, e antes de se pronunciar sobre as investigações, ele afirmou que ainda não se tratava de um inquérito criminal, prometendo comentar o caso apenas ao final do depoimento.
Estavam programados para depor a sócia do influenciador, Roseli Dorth, e seu amigo, Fábio Spinola, ambos considerados peças-chave no suposto esquema.
Roseli Dorth, apontada como sócia-administrativa da empresa química Anidrol, de Cariani, teve o depoimento adiado pela falta de acesso ao processo, segundo a defesa. Apesar dos pedidos do Ministério Público, a Justiça manteve Cariani e os demais envolvidos em liberdade, rejeitando novamente os pedidos de prisão.
A investigação revela que Roseli, mãe de dois ex-sócios da Quimietest, antiga empresa da esposa de Cariani, estava envolvida em transações suspeitas relacionadas à venda de produtos químicos destinados à produção de crack. Fábio Spinola, apontado como amigo do influenciador, também teria participação nesse núcleo, intermediando a venda das substâncias para compradores de crack e cocaína.
As investigações contra a empresa iniciaram em 2019, quando a farmacêutica AstraZeneca informou ao Ministério Público sobre notas fiscais emitidas pela Anidrol, empresa de Cariani, referentes a movimentações de produtos químicos não reconhecidos pela AstraZeneca.
Fábio Spinola é mencionado como responsável por depósitos em espécie na conta da Anidrol, utilizando um e-mail falso em nome de um suposto funcionário da AstraZeneca para realizar negociações fictícias de compra de produtos. Além disso, Fábio é acusado de ser intermediador no fornecimento das substâncias para os compradores de drogas.