Após a Polícia Federal identificar as conversas do tenente-coronel Mauro Cid com assessoras de Michelle Bolsonaro, que indicariam a existência de pagamento ilícitos de despesas da primeira-dama, as investigações agora devem apurar os recursos financeiros da esposa de Jair Bolsonaro. Conforme aponta a investigação, as movimentações financeiras que são suspeitas teriam acontecido até, pelo menos, julho de 2022.
Outra tramitação que desperta a curiosidade da PF é o contrato público de uma empresa durante o governo Bolsonaro. A partir dessa negociação, um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República teria feito saques para pagar mais despesas da Michelle em dinheiro vivo, em pelo menos três ocasiões. O militar seria o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que também teria feito 12 depósitos em dinheiro na conta de uma tia da então primeira-dama.
Segundo o relatório da PF, os diálogos do ex-ajudante de ordens do governo com Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, assessoras de Michelle, revelam a existência de uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências”. Os investigadores entendem que isso possa ser um indicativo de desvio de recursos públicos, a fim de quitar despesas pessoais.
Rosimary Cardoso Cordeiro, amiga da primeira-dama e assessora parlamentar do senador Roberto Rocha (PTB-MA), também é citada na apuração. Os indícios é de que a Michelle pagaria suas despesas com o cartão de Rosimary, que depois recebia depósitos de Mauro Cid para o “ressarcimento” da fatura do cartão.