A Polícia Federal (PF) está investigando uma possível conexão entre os “kids pretos”, integrantes das Forças Especiais do Exército, e uma tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os “kids pretos” são conhecidos por sua especialização em táticas militares avançadas, incluindo infiltração e contraterrorismo.
Segundo a investigação, esses militares teriam desempenhado um papel estratégico em manifestações ocorridas após a derrota eleitoral de Bolsonaro, servindo como elo para financiar os ataques. Oficiais das Forças Especiais foram identificados em reuniões onde se delineavam estratégias para a ofensiva golpista.
Durante os ataques que ocorreram em janeiro, a presença de indivíduos vestindo balaclavas, uma vestimenta característica dos “kids pretos”, chamou a atenção dos investigadores. Além disso, a desenvoltura desses manifestantes na linha de frente da invasão e a coordenação de táticas de ataque sugerem uma possível liderança do grupo nas ações antidemocráticas.
Para integrar as Forças Especiais, os interessados passam por um treinamento rigoroso que inclui cursos de paraquedismo e operações de comando. Essa elite militar é conhecida por sua capacidade de atuação em situações de alto risco e complexidade, muitas vezes agindo de forma autônoma e camuflada, desvinculada da cadeia de comando convencional.
O que diz o Exército
O Exército, em resposta às investigações, afirmou que colabora integralmente com as autoridades e que o emprego das Forças Especiais ocorre apenas por ordem do comando militar, dentro dos limites legais estabelecidos.
Além da possível participação nas manifestações, a investigação aponta para um plano mais amplo, que envolveria até mesmo a prisão de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mensagens interceptadas sugerem tentativas de financiamento dos “kids pretos” para participar dos eventos em Brasília.
O General Estevam Theophilo, comandante de Operações Terrestres, foi identificado como responsável operacional pelo emprego dos “kids pretos” caso o golpe se concretizasse.
Outro aspecto investigado é a possível relação entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e os “kids pretos” no financiamento e organização dos eventos – mensagens apreendidas sugerem uma coordenação entre esses indivíduos para viabilizar a participação dos militares nas ações antidemocráticas.
A presença do general da reserva Ridauto Fernandes, que já comandou ações de operações especiais e três GLOs, nos eventos de janeiro também levanta suspeitas sobre a participação de militares de alta patente na trama golpista.
Os kids pretos
O Exército mantém a maior parte dos “kids pretos” no 1º Batalhão de Forças Especiais, em Goiânia, e na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus. Embora o efetivo exato não seja divulgado, estima-se que haja cerca de 550 desses militares em todo o país.
As investigações acerca do caso fazem parte da “Operação Tempus Veritatis”, da PF.
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