A Polícia Federal obteve imagens das câmeras de segurança de Fiumicino, na Itália, em 17 de julho deste ano, mas os arquivos não puderam ser enviados ao Brasil por questões burocráticas do país europeu. O material que mostra a agressão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está parado com representantes da corporação em Roma. A informação é do Estadão.
O envio dos arquivos depende da avaliação da Justiça italiana, que está parada desde o fim de julho. Caso não haja aprovação de magistrados do país, as provas correm o risco de anulação. As imagens das câmeras de segurança são essenciais para o caso, já que há divergências entre as versões apresentadas pela família do ministro e os suspeitos da agressão.
A Justiça italiana pode se recusar a enviar o material se entender que o caso se trate de um “crime político”. “A cooperação será recusada (…) se o fato tipificado no processo for considerado, pela Parte requerida, crime político ou crime exclusivamente militar”, diz trecho de norma publicada em 1993.
O acordo de cooperação internacional entre Brasil e Itália não estabelece prazos para envio de provas. Um dos motivos para a demora do envio das imagens é o feriado de Ferragosto, uma das principais datas festivas no país, que faz com que italianos tirem uma ou duas semanas de férias no período.
O caso aconteceu em 16 de julho deste ano, quando Moraes e sua família viajaram para a Itália. Durante conexão no aeroporto Fiumicino, três brasileiros os abordaram e xingaram o ministro de “bandido, comunista e comprado”.
O empresário Roberto Mantovani Filho, um dos envolvidos no caso, admitiu que houve um “entrevero” com a família do magistrado e que teria “afastado” o filho dele. Alexandre e sua família alegam que ele deu um tapa no rosto do filho, fazendo seus óculos caírem.