Nesta quinta-feira, 25 de janeiro, a Polícia Federal deflagrou a operação Vigilância Aproximada, revelando que a estrutura paralela da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada para monitorar ilegalmente opositores e autoridades. Um dos alvos identificados foi o Ministro da Educação, Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará, cuja residência foi espionada com o uso de drones.
A investigação aponta que Paulo Magno, supostamente responsável pela gestão do software espião FirstMile, foi flagrado pilotando um drone próximo à residência do então governador Camilo Santana, evidenciando a total ilegalidade das ações.
A Polícia Federal destaca que o monitoramento da casa do Ministro da Educação não se configurou como uma operação de inteligência da Abin, mas sim como uma “simples ação de inteligência de acompanhamento”, devido à ausência dos devidos artefatos.
Na decisão que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou que a Abin, durante a gestão Bolsonaro, teria instrumentalizado a agência para monitorar ilegalmente alvos de interesse político e autoridades públicas, sem a necessária autorização judicial. Moraes também autorizou a quebra do sigilo de dados relacionados à operação.
Além do monitoramento indevido, a PF identificou outra utilização ilegal dos serviços, relacionada a uma ação de contra inteligência para interferir em diversas investigações da PF. Esta ação incluiu tentativas de favorecer Renan Bolsonaro, filho do então presidente, que estava sendo investigado pela Superintendência da PF no Distrito Federal por tráfico de influência.
A plataforma em questão foi desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (antiga Verint) e foi utilizada pela equipe de operações da agência de inteligência sem um controle formal de acesso.
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