A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (7), o empresário bolsonarista Rodrigo Reis, conhecido nas redes sociais como “coach dos bitcoins”, em Cajamar (SP). Ele é apontado como líder de um esquema de fraudes financeiras que teria enganado cerca de 10 mil pessoas e causado um prejuízo estimado em mais de R$ 260 milhões. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Profeta, que cumpriu 10 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Rodrigo atuava por meio da RR Investimentos, empresa da qual era CEO, prometendo investimentos no mercado de criptomoedas com retornos de até 9% para os clientes. Segundo a investigação, sua companhia captava recursos que, em vez de serem aplicados conforme o prometido, eram transferidos para o exterior por corretoras de criptomoedas sem o consentimento das vítimas.
Para atrair investidores, Rodrigo utilizava suas redes sociais, onde acumulava mais de 81 mil seguidores no Instagram, e também se apoiava em eventos com celebridades e discursos de cunho religioso, estratégia que inspirou o nome da operação. Na internet, ele também interagia com perfis de extrema-direita, como do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dos filhos dele e um grupo de apoiadores chamado “Eu Tô Contigo Bolsonaro”.
Desde 2021, a RR Investimentos acumula 285 queixas no site Reclame Aqui, com relatos de clientes que não obtiveram retorno financeiro dos investimentos. A insatisfação aumentou em 2022, quando as vítimas começaram a denunciar o empresário por não devolver os valores aplicados.
Na mesma época, a empresa tentou abrir um pedido de recuperação judicial, que foi rejeitado pela Justiça do Rio de Janeiro. Na decisão, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial, destacou a falta de clareza nas operações financeiras da empresa.
Além das acusações de fraude, Rodrigo é investigado por crimes contra o sistema financeiro e exercício ilegal de administração de carteira de investimentos sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Sua esposa, Karen Santos, que atuava como sócia na RR Investimentos, também é alvo das investigações.
A Polícia Federal apura ainda os crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional, uma vez que os recursos eram transferidos para fora do país por meio de corretoras de criptomoedas, incluindo a Bitcluster, operada pela holding de Rodrigo.
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