Se depender dos investigadores da Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda vai “sangrar” politicamente por bastante tempo, por algumas razões, ao invés de ser preso. A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Segundo a PF, haveria duas formas de prender Bolsonaro. A primeira delas seria a prisão preventiva, uma vez que o ex-mandatário não foi nem indiciado, nem denunciado e muito menos condenado.
No entanto, para decretar a prisão preventiva de alguém é preciso que se tenha evidência de que a pessoa está obstruindo ou que pode obstruir as investigações. De acordo com policiais federais envolvidos no caso, até existem evidências disso, mas não seriam fortes o bastante para sustentar um pedido de prisão preventiva.
A Procuradoria Geral da República (PGR) é outro obstáculo da PF, uma vez que é o órgão que opina sempre que um pedido de prisão é feito e que, atualmente, não tem dado aval às iniciativas da PF.
Os pareceres da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo têm sido favoráveis ao lado de Bolsonaro. Mesmo o ministro Alexandre de Moraes, do STF, os ignorando, a PF avalia que, para prender um ex-presidente, é preciso ter no mínimo um consenso entre os órgãos que participam da investigação.
Vale destacar que Lindôra é tida como aliada do clã Bolsonaro e pessoa de confiança do PGR, Augusto Aras. Por conta disso, interlocutores de Moraes tem afirmado, nos bastidores, que não vão pedir o indiciamento de Bolsonaro e nem denunciá-lo ao STF antes do final do mandato de Aras, no final de setembro.
As duas medidas estão em preparação, porém, só serão tomadas após a troca na PGR. Até que um novo procurador-geral assuma, a ideia é manter o cerco a Bolsonaro. Com isso, os investigadores esperam não só reforçar a coleta de provas como atrair potenciais delatores nos casos envolvendo o ex-capitão.