A Polícia Federal deve pedir a quebra de sigilo telefônico do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, do ex-assessor dele Marcos André Soeiro e do ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes.

O pedido será feito por conta de uma ligação de Gomes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teria ocorrido em dezembro do ano passado, como uma tentativa de recuperar as joias apreendidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).

A PF quer saber o teor e o que foi falado na conversa, além de implicar ou não Bolsonaro. Esse seria o primeiro contato direto do ex-presidente no caso.

O período da quebra de sigilo ainda deve ser definido, se será desde 2021 ou em um espaço de tempo específico, como o último mês do governo Bolsonaro.

No entanto, a medida não valeria para o ex-presidente neste primeiro momento. A PF avalia se há necessidade de pedir a quebra de sigilo de Bolsonaro também.

Em outubro de 2021, Bento Albuquerque e seus auxiliares tentaram entrar no Brasil com um conjunto de joias contendo um colar, anel, relógio e um par de brincos de diamante, destinados a então primeira-dama. As peças, porém, foram apreendidas na alfândega, porque não foram declaradas à Receita Federal.

Integrantes do governo Bolsonaro tentaram retirar os itens retidos pela Receita. A gestão solicitou o envio das joias como entrega diplomática para a embaixada da Arábia Saudita.

Na última semana, Bolsonaro afirmou que as joias iam para o acervo da Presidência e negou qualquer ilegalidade.