Novas informações surgem relacionadas à operação da Polícia Federal (PF) que investiga a existência de uma “Abin paralela” durante o governo Bolsonaro. Segundo o G1, fontes da PF levantam suspeitas de que Jair Bolsonaro (PL) possa ter continuado a receber informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) mesmo após deixar o cargo de presidente.
Além disso, especula-se que o ex-presidente pode ter tido acesso antecipado às operações contra o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e o vereador Carlos Bolsonaro.
Um dia antes da operação que fez buscas nos endereços ligados a Ramagem, Bolsonaro publicou uma mensagem enigmática nas redes sociais, alertando para semanas decisivas. Essa mensagem precedeu a ação da PF, o que levanta questionamentos sobre a possibilidade de Bolsonaro ter tido acesso prévio às investigações em curso.
Além disso, o ex-presidente ao lado dos três filhos, Carlos, Eduardo e Flávio, realizaram uma live na noite de domingo (28) e não estavam em casa, em Angra, quando a PF chegou para concluir os mandados de busca e apreensão contra Carlos.
Nesta segunda-feira (29), Carluxo foi alvo de uma nova fase da investigação, e fontes indicam que assessores do vereador, também alvos da operação, solicitavam informações a Ramagem. A ação da PF incluiu buscas na residência de Carlos Bolsonaro, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Brasília, Formosa (GO) e Salvador.
Ao G1, o Republicanos, partido de Carlos, informou que o vereador está “de saída” da legenda, mas até o momento, o filho do ex-presidente não se pronunciou sobre a operação. Carluxo é vereador desde 2001, com influência significativa nas campanhas de Jair Bolsonaro à Presidência. Durante o mandato do pai, ele chefiava o “gabinete do ódio”, estrutura destinada a atacar adversários e instituições.
Essa operação é uma continuidade da ocorrida na quinta-feira (25), quando Alexandre Ramagem foi alvo de buscas. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que alega que Ramagem usou a Abin para espionagem ilegal em favor da família Bolsonaro.
Os alvos incluíam autoridades como Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, e uma promotora do Ministério Público do Rio de Janeiro que investigava milícias e as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. A decisão de Moraes indica que o monitoramento visava favorecer Jair Renan e Flávio em investigações das quais eram alvos.
A PF deve convidar Carlos Bolsonaro para depor no âmbito da investigação sobre o uso da Abin para espionagem ilegal. O vereador, investigado por envolvimento em organização criminosa, tem o direito de depor em até 3 dias.