PF suspeita que Ramagem continuou com espionagem ilegal após deixar Abin

Atualizado em 25 de janeiro de 2024 às 12:37
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Foto: reprodução

A Polícia Federal está investigando o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, por suspeitas de continuar recebendo informações da instituição mesmo após deixar o cargo. A operação, que busca esclarecer a possível existência de uma “Abin paralela”, está relacionada a alegações de espionagem de autoridades durante o governo Bolsonaro.

“Estamos diante de uma investigação delicada que busca esclarecer se houve uso indevido de informações privilegiadas da Abin. Nossa prioridade é assegurar a transparência e a legalidade no trato das questões de inteligência”, afirmou o porta-voz da Polícia Federal, André Castro, em entrevista coletiva.

As suspeitas recaem sobre a utilização do software FirstMile para monitorar, possivelmente de forma ilegal, autoridades públicas e cidadãos comuns.

Segundo a jornalista Andreia Sadi, da GloboNews, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) expressaram a crença de que a criação de uma “Abin paralela” dependeria do aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Heleno, que não são alvos da operação atual.

Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Foto: reprodução

Ramagem, conhecido por sua proximidade com a família Bolsonaro, ingressou na Polícia Federal como delegado em 2005. Sua relação com o ex-presidente ficou mais evidente ao chefiar a equipe de segurança durante a campanha eleitoral de 2018, após o atentado a faca ocorrido em Juiz de Fora (MG).

Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, estima-se que aproximadamente 30 mil cidadãos brasileiros tenham sido sujeitos a monitoramento ilegal pela “Abin paralela”.

Entre os nomes monitorados devem estar de políticos, como os ex-deputados federais Jean Wyllys e Rodrigo Maia, ministros do STF, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e ex-governadores, como Camilo Santana, atualmente ministro da Educação.

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