A Polícia Federal (PF) apontou que há fortes evidências de que a assinatura atribuída ao médico José Roberto de Souza, em um laudo divulgado por Pablo Marçal (PRTB), é falsa. O documento foi usado pelo ex-coach para acusar seu adversário nas eleições, Guilherme Boulos (PSOL), de uso de cocaína.
O relatório da PF, obtido pela CNN, revela que os peritos realizaram um exame grafoscópico, comparando a assinatura do laudo com outras assinaturas autênticas do médico, e concluíram que as assinaturas não foram feitas pela mesma pessoa.
“Verificou-se a prevalência das dissimilaridades entre a assinatura questionada e os padrões apresentados, tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses, não havendo evidências de que tais grafismos tenham sido escritos por uma mesma pessoa”, afirma o relatório pericial. A conclusão dos especialistas foi categórica ao apontar que as assinaturas analisadas são distintas, reforçando a tese de falsificação.
Os peritos utilizaram assinaturas do médico José Roberto de Souza, coletadas ao longo de vários anos, para realizar a comparação. A análise constatou que a assinatura no laudo divulgado por Marçal apresentava traços incompatíveis com as assinaturas autênticas.
Entre as principais divergências, destacou-se a velocidade de execução da assinatura falsificada, que era significativamente mais lenta do que a observada nas assinaturas originais do médico.
O laudo divulgado por Marçal, publicado em suas redes sociais na noite de sexta-feira (4), alegava que Boulos havia sido atendido na clínica Mais Consulta, no bairro do Jabaquara, em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 2021, com um “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”. Além disso, o documento insinuava que o líder do PSOL fazia uso de cocaína.
Contudo, a publicação permaneceu no ar por apenas 1 hora e 30 minutos, sendo removida pelo Instagram ainda na sexta-feira, por violar as políticas da plataforma. A acusação de Marçal gerou imediata reação de Boulos, que desmentiu as informações e denunciou a falsificação do laudo.
“No dia 19 de janeiro de 2021, eu estava na Comunidade do Vietnã, na zona sul de São Paulo, distribuindo cestas básicas”, afirmou o candidato, que comprovou o evento com base em uma live gravada na ocasião, entre outras provas da fraude.
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