A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a declaração de inconstitucionalidade de diversos pontos da lei que estabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. A manifestação, assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão provisória desses pontos até um julgamento definitivo.
A lei do Marco Temporal, aprovada pelo Congresso, foi objeto de veto presidencial, posteriormente derrubado pelo Legislativo. A PGR argumenta que as regras da lei podem interferir nos processos de demarcação de terras indígenas em curso em todo o país.
Segundo Gonet, a definição do marco temporal estabeleceu regras opostas ao entendimento consolidado pelo STF, sem justificativa para superar os fundamentos utilizados pela Corte em julgamento recente.
Além disso, a Procuradoria-Geral da República levanta dúvidas sobre a legitimidade de cláusulas que proíbem a expansão de terras já delimitadas e exigem que os antropólogos participantes nos procedimentos de demarcação estejam sujeitos a regulamentações de impedimento e suspeição.
Gonet ressalta que a confiança entre os antropólogos e as comunidades indígenas é essencial para o trabalho e que tentativas de estabelecer isenção podem prejudicar a atuação desses profissionais.
Em setembro do ano passado, o STF derrubou a tese do marco temporal por nove votos a dois. Posteriormente, o Senado aprovou um projeto de lei contrário à decisão da Corte, cujo veto presidencial foi derrubado pelo Congresso em dezembro.
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