A Procuradoria-Geral da República decidiu, na noite desta segunda-feira (23), a favor do arquivamento de duas representações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por racismo.
No dia 12 de maio, em conversa com apoiadores, o chefe do Executivo perguntou a um rapaz se ele pesava “mais de sete arrobas” – unidade de medida utilizada na agropecuária para medir peso de bovinos.
Sem aparecer nas imagens, o homem contava que foi levantado por parte da multidão em um encontro recente com Bolsonaro. O ex-capitão ria do relato quando emendou o comentário: “Conseguiram te levantar, porra? Tu pesa o quê? Mais de sete arrobas, né?”, disse, causando gargalhadas entre os bolsonaristas.
A PGR se posicionou contra duas ações de parlamentares, uma apresentada pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e outra pela deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP).
Segundo a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, não há crime na declaração de Bolsonaro. Segundo ela, a expressão, “invocada como suposta desumanização ou discriminação, não foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal como caracterizadora do tipo penal”.
Ela ressalta não ter visto “nenhuma conotação relacionada com a cor da pele” e pondera que “a frase foi precedida de outra completamente dissociada de questões raciais”.