A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que a Polícia Federal investigue os R$ 17 milhões recebidos via Pix pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A solicitação para análise das transações partiu dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fábio Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO) e da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Para os parlamentares, o ex-presidente pode ter cometido crime contra a economia popular e estelionato. A PGR recusou abrir um novo inquérito para apurar as doações, mas sugeriu um encaminhamento à Polícia Federal, deixando a decisão nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PGR determinou que o setor de Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores da PF deve avaliar se há conexão entre as doações e a investigação das milícias digitais, que tem Bolsonaro como alvo. O setor é responsável por cuidar de inquéritos contra autoridades.
“Mostra-se relevante o encaminhamento da representação à Polícia Federal para apurar se as informações prestadas nesta representação efetivamente possuem conexão com o objeto destes autos. Em especial se as transações atípicas, noticiadas pelo Coaf à mencionada CPMI, foram realizadas por doadores envolvidos na organização criminosa investigada nestes autos”, diz parecer da PGR.
Signatário do documento, o subprocurador Carlos Frederico Santos criticou os parlamentares que fizeram o pedido, dizendo que eles têm acionado o STF com “intenções midiáticas” e que esse tipo de representação deve ser feito ao Ministério Público.
“É inadmissível a intervenção parlamentar nestes autos”, argumenta o subprocurador.