PGR pede à PF que investigue os R$ 17 milhões recebidos por Bolsonaro via Pix

Atualizado em 19 de outubro de 2023 às 14:39
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segurando celular.
Foto: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que a Polícia Federal investigue os R$ 17 milhões recebidos via Pix pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A solicitação para análise das transações partiu dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fábio Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO) e da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Para os parlamentares, o ex-presidente pode ter cometido crime contra a economia popular e estelionato. A PGR recusou abrir um novo inquérito para apurar as doações, mas sugeriu um encaminhamento à Polícia Federal, deixando a decisão nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A PGR determinou que o setor de Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores da PF deve avaliar se há conexão entre as doações e a investigação das milícias digitais, que tem Bolsonaro como alvo. O setor é responsável por cuidar de inquéritos contra autoridades.

“Mostra-se relevante o encaminhamento da representação à Polícia Federal para apurar se as informações prestadas nesta representação efetivamente possuem conexão com o objeto destes autos. Em especial se as transações atípicas, noticiadas pelo Coaf à mencionada CPMI, foram realizadas por doadores envolvidos na organização criminosa investigada nestes autos”, diz parecer da PGR.

Signatário do documento, o subprocurador Carlos Frederico Santos criticou os parlamentares que fizeram o pedido, dizendo que eles têm acionado o STF com “intenções midiáticas” e que esse tipo de representação deve ser feito ao Ministério Público.

“É inadmissível a intervenção parlamentar nestes autos”, argumenta o subprocurador.

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