Pimenta desmente matéria do Estadão sobre pressão de Lula por empréstimo à Argentina

Atualizado em 4 de outubro de 2023 às 15:14
Manchete mentirosa do Estadão sobre o apoio de Lula à Argentina. Foto: Reprocução

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, desmentiu reportagem do Estadão que dizia que o presidente Lula (PT) pressionou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, para autorizar empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. Ele afirmou que o texto contém “desinformação” e chama a matéria de “tendenciosa”.

“Alerta desinformação! Ao contrário do que editoriais publicaram hoje, Presidente Lula NÃO pediu à ministra Simone Tebet para que votasse pela liberação de empréstimo à Argentina via Banco de Desenvolvimento da América Latina, o CAF”, afirmou Pimenta.

Ele ainda explica que o banco é composto por 15 países e que só o Peru foi contrário ao empréstimo. “A ministra Tebet votou seguindo o consenso do grupo de que esta seria uma medida que beneficiaria a todos. Matérias tendenciosas precisam ser enfrentadas com a verdade”, prosseguiu.

O ministro também afirmou que o empréstimo “não tem nada a ver com viés de espectro político” e que “países com governos de esquerda e de direita” aprovaram a medida.

“É de interesse econômico de TODOS os países da América Latina que a Argentina fortaleça sua economia. O mercado consumidor argentino é o terceiro maior da região. Quando a economia argentina enfraquece, todos do bloco perdem dinheiro”, completou.

A própria ministra já havia se manifestado sobre o tema e negou interferência do petista no episódio. “Lula não me ligou. Despachei com minha secretária de assuntos internacionais, que disse que os demais países votariam a favor”, afirmou à CNN Brasil.

Segundo a reportagem publicada pelo Estadão, Lula ligou em agosto para a ministra e teria “pressa” para autorizar o empréstimo para a Argentina. A publicação ainda sugere que a transação seria feita para “barrar o avanço” de Javier Milei, líder de extrema-direita da Argentina.

Pedro Faria, economista e pesquisador formado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), explicou que a matéria contém “omissões” e não informa, por exemplo, que “dinheiro não é do Brasil” e que “o banco é internacional e serve para esse tipo de empréstimos”. “Mais importante: a imprensa empresarial é a origem das fake news da extrema direita”, avalia.

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