Pivô do escândalo dos pastores no MEC, ex-ministro bolsonarista é punido com censura ética

Atualizado em 22 de outubro de 2024 às 18:14
Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação e Cultura no governo Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

A Comissão de Ética Pública da Presidência aplicou uma censura ética a Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), por seu envolvimento em um esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal. Milton é acusado de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência em um suposto esquema para liberar verbas do Ministério da Educação entre julho de 2020 e março de 2022.

Ribeiro chegou a ser preso pela PF em meio às investigações, que indicam que ele atuava com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, intermediando recursos do MEC em troca de propina. O caso ganhou notoriedade após prefeitos relatarem que, ao tentar obter recursos do ministério para a construção de escolas, eram abordados pelos pastores.

No início das investigações, em 2022, Bolsonaro chegou a dizer que botaria sua “cara no fogo” pelo ex-ministro. Meses depois, após Milton ser preso, o ex-presidente amenizou o discurso: “Ontem tivemos a prisão do ex-ministro Milton, da Educação, eu falei lá atrás que botava a cara no fogo por ele. Eu exagerei, mas eu boto a mão no fogo pelo Milton, assim como eu boto por todos os meus ministros”.

Segundo depoimentos, Arilton Moura, apontado como lobista, solicitava vantagens indevidas, que iam desde valores em dinheiro, entre R$ 15 mil e R$ 40 mil, até a compra de bíblias.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Milton Ribeiro. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

Durante o período em que o esquema foi operado, a liberação de verbas parecia condicionada ao pagamento de propinas, o que colocou o nome de Milton Ribeiro no centro das investigações. Além do ex-ministro, a PF também prendeu Helder Bartolomeu, ex-assessor da prefeitura de Goiânia, e Luciano Freitas Musse, ex-assessor do Ministério da Educação. Ambos foram liberados posteriormente.

A censura ética aplicada pela Comissão de Ética Pública decorre da conivência de Ribeiro com as práticas ilícitas dentro do ministério. A punição, que foi relatada pelo conselheiro Manoel Caetano Ferreira, presidente da comissão, impede o ex-ministro de ocupar qualquer cargo no governo federal pelos próximos três anos.

Na decisão, a Comissão apontou que Ribeiro permitiu que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura agissem irregularmente em sua gestão, facilitando o esquema de corrupção que beneficiava diretamente os envolvidos.

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