A eleição para a Câmara Municipal de São Paulo, a maior do país, evidencia uma grande discrepância nas receitas recebidas pelas candidatas mulheres dentro dos mesmos partidos. A diferença nos valores destinados às campanhas chega a ser quase 25 vezes maior para algumas candidatas em relação a outras, revelando uma distribuição desigual de recursos que pode impactar o resultado eleitoral.
No partido Podemos, a diferença é notável. Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, que disputa sua primeira eleição, recebeu R$ 1,5 milhão do fundo eleitoral, sendo a candidata com maior receita dentro da legenda na capital paulista. Já sua correligionária, Luana Takada, recebeu apenas R$ 60 mil, sendo a candidata do partido com a menor verba.
Ana Carolina ganhou notoriedade após o trágico assassinato de sua filha, Isabella Nardoni, em 2008, quando a menina foi jogada de uma janela por seu pai e sua madrasta, ambos condenados pelo crime. A comoção em torno do caso trouxe a candidata à luz do público, o que pode explicar o apoio financeiro significativo.
Outra candidata do Podemos que recebeu um montante expressivo é a ex-deputada federal Joice Hasselmann, que conta com R$ 485 mil para sua campanha, também repassados pela direção nacional do partido.
No União Brasil, a pastora Sandra Alves lidera o ranking de recursos, com mais de R$ 4 milhões para sua campanha. Em contrapartida, Jaque Petrovik, mulher transexual também concorrendo a uma vaga na Câmara de São Paulo, recebeu R$ 254 mil, evidenciando a mesma disparidade.
A legislação eleitoral brasileira prevê que 30% dos fundos partidário e eleitoral sejam destinados às candidatas mulheres, respeitando a cota de gênero. No entanto, não há regras específicas sobre como essa verba deve ser distribuída entre as candidatas, o que resulta em grandes diferenças nos montantes recebidos por cada uma, mesmo dentro da mesma legenda.
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