Poeta feminista palestina morre em bombardeio israelense de Gaza aos 32 anos

Atualizado em 21 de outubro de 2023 às 23:26
Morte foi confirmada pelo Ministério da Cultura palestino. Foto: Reprodução

A poeta e romancista palestina Heba Abu Nada, de 32 anos, faleceu durante um bombardeio em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, na sexta-feira (20). A notícia foi confirmada pelo Ministério da Cultura palestino. Nos últimos dias, Heba utilizou sua conta no Twitter para comentar sobre o conflito em curso na Faixa de Gaza desde 7 de outubro. Em uma de suas publicações, ela descreveu a atmosfera na cidade afetada pelos bombardeios: “A noite da cidade é escura, exceto pelo brilho dos mísseis, silenciosa, exceto pelo som dos bombardeios, assustadora, exceto pela garantia das súplicas…”.

Nas redes sociais, diversas manifestações de pêsames e condolências foram expressas após a triste notícia. O cientista político e pesquisador palestino Abdalhadi Alijla lamentou a perda da talentosa poetisa e romancista feminista, Heba Abu Nada. No instagram, a editora Tabla, que tem como foco a publicação de livros referentes às culturas do Oriente Médio, fez uma publicação em suas redes.

 Leia o comunicado da editora na íntegra:

“É com muita tristeza que recebemos a notícia da morte da poeta e romancista Heba Abu Nada, assassinada no bombardeio israelense à cidade de Khan Yunis, na Faixa de Gaza.

Heba tinha 32 anos, era formada em bioquímica e tinha mestrado em nutrição clínica. Seu romance de estreia, “Oxigênio não é para os mortos”, ficou em segundo lugar no Sharjah Award for Arab Creativity em 2017.

Como Heba, milhares de crianças e jovens foram assassinados em nome de um projeto imoral, forjado há décadas. Todos tinham um nome, uma presença e um caminho. Vidas que importam, sim, porque quem conhece os palestinos sabe que é gente de coração incorruptível no seu amor pela vida, no seu olhar para o outro.

A cada vida palestina que se apaga, o mundo fica mais feio, mais pobre, mais medíocre, mais infeliz.
Um dia antes de ser assassinada, Heba escreveu: “Se morrermos, saibam que estamos satisfeitos e firmes. Digam ao mundo, em nosso nome, que somos um povo da verdade.”
Ah mundo insano… que avilta a vítima e exalta seu algoz!!

Que haja uma dimensão, um canto nesse vasto universo onde a alegria, o riso e a dignidade dessas milhares de crianças e jovens possam existir, se espalhar e seguir iluminando.”

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