Nesta quinta-feira (13), a Polícia Civil de São Paulo mira uma rede de 78 hotéis e hospedarias, controlada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), no centro da cidade – a facção utilizava esses estabelecimentos para sustentar o tráfico de drogas na região, com 26 deles operando de forma clandestina. As operações da organização se estendiam pelas praças Marechal Deodoro, Princesa Isabel e pelos Largos do Arouche e do Paissandu, alcançando também as Avenidas São João e Duque de Caxias.
Operação Downtown
A 4ª Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) do Denarc deflagrou a segunda fase da Operação Downtown, com 124 mandados de busca e apreensão.
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— Balanço Geral (@balancogeral) June 13, 2024
No âmbito da operação, a Justiça determinou a interdição das 26 hospedarias clandestinas, cada uma avaliada em R$ 200 mil, e o bloqueio de valores em 28 contas bancárias. “O tráfico de drogas no centro histórico da capital só se sustenta em grande escala através do uso de hospedarias. Elas são fundamentais para o esquema”, afirmou o delegado Fernando José Santiago.
Revelações
O inquérito revelou que o PCC comprou imóveis com a migração da Cracolândia em mente, colocando-os em nome de laranjas, como porteiros e ajudantes gerais. Genário José de Oliveira e Ednilson Lopes dos Santos, por exemplo, aparecem como donos de hospedarias, apesar de trabalharem como porteiros.
Papel da Cracolândia no mundo do crime
A Cracolândia desempenha um papel central no tráfico de drogas gerenciado pelo PCC. De janeiro a junho de 2023, os bairros República, Sé, Santa Cecília e Santa Ifigênia, onde estão concentrados os hotéis da facção, representaram um terço da apreensão de crack na capital.
Em todos os estabelecimentos investigados, houve denúncias de tráfico de drogas ou prostituição. A operação envolveu 600 policiais civis e guardas civis metropolitanos.
Plano de ”migração” da Cracolândia
A política da Prefeitura de emparedamento de hospedarias na Cracolândia, em 2021, impulsionou a migração do fluxo para outras áreas. Marcelo Carames, apontado como gerente do tráfico na região, idealizou o esquema de migração e adquiriu novas hospedarias em locais estratégicos, antecipando a movimentação dos dependentes químicos. Outro investigado, Sidney Anderson Ferreira da Silva, adquiriu uma hospedaria que servia para a logística de abastecimento do fluxo de drogas.
Os acusados, como Adilson Gomes da Silva, são responsáveis por manter a ordem na região, impondo penas aos infratores. Deco, por exemplo, é dono de um hotel e de um estacionamento onde a PM encontrou um rapaz amarrado, condenado pelo tribunal do crime. Outros investigados, como José Onofre de Jesus e Sheila Regina Costa, gerem hospedarias para a rede do PCC e têm histórico de envolvimento com o tráfico de drogas.
Vale ressaltar que a rotina dos usuários de drogas impacta negativamente o comércio local, com aumento de furtos e roubos.
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