Polícia francesa prende 13 pessoas em flagrante por pichar suásticas em Paris

Atualizado em 26 de novembro de 2023 às 16:50
Suástica pichada em porta. Foto: Getty Images

Treze pessoas foram detidas na noite sábado (25) pela polícia parisiense no momento em que pichavam suásticas em calçadas do 17° distrito de Paris, noroeste da capital francesa. O incidente é registrado no momento em que o país vive um aumento de atos antissemitas.

Entre os 13 detidos em flagrante delito estão sete militantes de extrema direita fichados pela polícia francesa. Segundo o Ministério Público de Paris, eles foram presos por destruição de patrimônio público, “em razão de raça, etnia, nação ou religião, e incitação ao ódio, violência e discriminação racial”. As investigações estão sendo realizadas pela delegacia de polícia do 17° distrito da capital francesa.

As detenções ocorrem num momento de aumento de atos antissemitas na França provocado pela guerra no Oriente Médio. Mais de 1.500 foram registrados desde 7 de outubro, início desta nova escalada de violências em Israel e o Hamas. Esse número representa o triplo dos atos contra a comunidade judaica do país registrados durante todo o ano de 2022.

Ao longo dos últimos séculos, a suástica, também conhecida como cruz gamada, foi utilizada por diversas culturas. No entanto, a partir do século XX o símbolo ganhou uma conotação extremista por ser usada pelo regime nazista liderado por Adolf Hitler, que exterminou cerca de seis milhões de judeus.

Polícia de Paris. Foto: Denis Charlet/AFP

Estrelas de Davi e desenhos antissemitas

No início de novembro, a polícia francesa descobriu desenhos e mensagens antissemitas nas paredes de várias escolas de Estrasburgo, no leste do país. Suásticas também foram pichadas em estabelecimentos de ensino da região.

Em Paris e outros municípios da periferia, estrelas de Davi foram pintadas em diversos prédios. A utilização deste símbolo do judaísmo, que nazistas usavam para marcar residências de judeus, mobilizou o Ministério Público da capital francesa, que abriu uma investigação.

Até o momento, as autoridades francesas não revelaram as motivações por trás das pichações em azul, o que também que levantou suspeitas iniciais sobre o envolvimento de grupos sionistas. Recentemente as mídias francesas apontaram para a possível implicação de uma rede russa de propaganda, na tentativa de uma desestabilização orquestrada por Moscou. A diplomacia russa na França nega qualquer envolvimento no incidente.

Um homem, de 33 anos, e uma mulher, de 28, ambos de nacionalidade moldava e em situação irregular na França, foram detidos no início de novembro. O casal declarou ter pichado estrelas azuis no 10° distrito da capital francesa e “atuado sob o pedido” de uma pessoa russófona, em troca de “remuneração”.

Publicado originalmente na RFI.

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