A Polícia Militar de São Paulo está apurando se a confusão ocorrida neste domingo (31) na avenida Paulista foi gerada por um manifestante que carregava uma bandeira relacionada a grupos ultranacionalistas e anticomunistas ucranianos, que se encontrava com junto com os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocupavam parte da avenida.
A suspeita é de que os dois grupos que estavam no local, bolsonaristas e antifascistas, tenha dado início a um confronto após uma provocação que teria sido feita pelo manifestante com a bandeira, que, segundo a embaixada ucraniana no Brasil, se trata de um símbolo que remonta ao Século 10 e a ordens religiosas de então.
Atualmente, a bandeira é o símbolo do Pravyy Sektor (Setor Direito), partido político ucraniano de extrema direita ultranacionalista. Ele foi criado em novembro de 2013, como confederação paramilitar de várias organizações nacionalistas.
Segundo o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM, informações preliminares foram passadas por policiais militares que atuaram na manifestação dando conta de um homem empunhando a bandeira e se dirigindo provocativamente aos manifestantes contrários. A partir daí, teria tido início uma briga generalizada, e PM teria agido para restaurar a ordem no local. De acordo com o coronel, essas informações ainda serão melhor apuradas.
Curiosamente, conforme se pode ver em dezenas de vídeos disponíveis em sites de imprensa e redes sociais, a PM só atirou bombas nos manifestantes antifascistas, permitindo que a manifestação bolsonarista continuasse normalmente. Em um dos vídeos, é possível ver o momento exato em que um policial militar agride um manifestante antifascista sem qualquer motivo aparente, dando, ali sim, início à repressão da PM a um só dos atos que aconteciam na avenida. Veja:
De qualquer forma, também é possível ver, em outro vídeo, um manifestante bolsonarista, de roupas militares e portando a tal bandeira, indo de encontro aos antifascistas, em evidente atitude de provocação. Assim, é possível que a violência contra um dos lados da manifestação por parte da PM tenha tido dois estopins, e não um só. Veja:
Manifestantes antifascistas encontram com apoiadores do Bolsonaro que também realizam protesto na avenida Paulista na tarde deste domingo.
Por @draomcqueen pic.twitter.com/YY72q6O2l9
— Ponte Jornalismo (@pontejornalismo) May 31, 2020
Só o que nenhum vídeo mostra é alguma imagem que comprove a versão da PM ou a do governador João Doria, de que a PM foi atacada com pedras antes de começar a atirar bombas, ou que a PM agiu para garantir a integridade física de todos.