Polícia investiga se manifestante com bandeira ultranacionalista ucraniana iniciou confusão na Paulista

Atualizado em 31 de maio de 2020 às 21:04
Mulher encara sozinha a Tropa de Choque na Paulista e é agredida em protesto antifascista. Foto: Reprodução/YouTube

A Polícia Militar de São Paulo está apurando se a confusão ocorrida neste domingo (31) na avenida Paulista foi gerada por um manifestante que carregava uma bandeira relacionada a grupos ultranacionalistas e anticomunistas ucranianos, que se encontrava com junto com os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocupavam parte da avenida.

A suspeita é de que os dois grupos que estavam no local, bolsonaristas e antifascistas, tenha dado início a um confronto após uma provocação que teria sido feita pelo manifestante com a bandeira, que, segundo a embaixada ucraniana no Brasil, se trata de um símbolo que remonta ao Século 10 e a ordens religiosas de então.

Atualmente, a bandeira é o símbolo do Pravyy Sektor (Setor Direito), partido político ucraniano de extrema direita ultranacionalista. Ele foi criado em novembro de 2013, como confederação paramilitar de várias organizações nacionalistas.

Bolsonaristas na Paulista carregam bandeira do Pravyy Sektor, grupo extremista da Ucrânia. Foto: Reprodução/Twitter

Segundo o coronel Álvaro Camilo, secretário-executivo da PM, informações preliminares foram passadas por policiais militares que atuaram na manifestação dando conta de um homem empunhando a bandeira e se dirigindo provocativamente aos manifestantes contrários. A partir daí, teria tido início uma briga generalizada, e PM teria agido para restaurar a ordem no local. De acordo com o coronel, essas informações ainda serão melhor apuradas.

Curiosamente, conforme se pode ver em dezenas de vídeos disponíveis em sites de imprensa e redes sociais, a PM só atirou bombas nos manifestantes antifascistas, permitindo que a manifestação bolsonarista continuasse normalmente. Em um dos vídeos, é possível ver o momento exato em que um policial militar agride um manifestante antifascista sem qualquer motivo aparente, dando, ali sim, início à repressão da PM a um só dos atos que aconteciam na avenida. Veja:

De qualquer forma, também é possível ver, em outro vídeo, um manifestante bolsonarista, de roupas militares e portando a tal bandeira, indo de encontro aos antifascistas, em evidente atitude de provocação. Assim, é possível que a violência contra um dos lados da manifestação por parte da PM tenha tido dois estopins, e não um só. Veja:

Só o que nenhum vídeo mostra é alguma imagem que comprove a versão da PM ou a do governador João Doria, de que a PM foi atacada com pedras antes de começar a atirar bombas, ou que a PM agiu para garantir a integridade física de todos.