Policiais confessam crimes impunemente em podcasts e videocasts

Atualizado em 18 de abril de 2023 às 13:52
O sargento Henrique Brito, do Bope do Rio, relata agressão durante entrevista a Podcast. Foto: Reprodução

Por Fábio Canatta

O sargento Henrique Brito, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, é um homem branco, alto, de uns 30 e poucos anos e bastante forte. Bastante mesmo. Os músculos dos bíceps e do peitoral poderiam sugerir se tratar de um halterofilista. Parecem estar sempre ameaçando os limites do uniforme. A descrição do físico do militar ganha sentido quando ouvimos a história que ele conta, bastante empolgado, em um videocast sobre a rotina das forças policiais.

O episódio, segundo Brito, aconteceu no conjunto de favelas do Pavão-Pavãozinho, zona sul do Rio de Janeiro. Nas próprias palavras, ele teria perdido o controle ao ser provocado por um menino de mais ou menos doze anos durante uma abordagem. O garoto teria dito a ele: “te pego na porrada”. Ele conta que a reação foi imediata: “meu irmão, eu pirava rápido… o moleque nem sabe de onde veio (neste momento, ele bate uma mão na outra para mostrar como teria feito a agressão). O moleque voou e apagou. Peguei e dei uma porrada no moleque, que já cambalhotou e caiu nas caixas de cerveja que ficam empilhadas”.

A agressão teria gerado a reação de outras pessoas que estavam no bar. Daí ele admite: “descontrolei… agressividade descontrolada”. E, assim, ele foi batendo em todos que apareciam pela frente: homem, mulher e até uma pessoa grávida. “A grávida voltou, eu peguei, enrolei pelo cabelo e ‘pá!’ (bate com uma mão na outra, como se mostrasse um tapa na cara), tomou! Voou longe (risos no estúdio)!”. Como resultado do espancamento coletivo, admite ter sido obrigado a pagar algumas cestas básicas para as vítimas. “Acontece. Já aconteceu diversas vezes essa porra (risos)”, comenta. Outra pessoa que está no estúdio, mas que não aparece no vídeo, completa: “É aquele famoso ‘se der, dá pouca coisa’”. Todos concordam e riem.

As forças policiais matam em média 16 pessoas por dia no Brasil, mais de 6 mil por ano, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A maioria desses assassinatos acontece nas periferias das regiões metropolitanas em circunstâncias distantes das lentes da imprensa e do conhecimento da maioria do público. Porém, cada vez mais policiais têm falado sobre as suas rotinas em podcasts e videocasts no YouTube. As histórias, de uma forma geral, naturalizam a violência, banalizam a morte e desumanizam as vítimas.

Alguns desses vídeos chegam a ter mais de 7 milhões de visualizações apenas no YouTube. O conteúdo também é distribuído em plataformas de áudio. O formato é comum na maioria deles: um apresentador, que pode ou não ser um policial, entrevista outros policiais ou ex-policiais, num clima amistoso, de apoio, compreensão e solidariedade. O ambiente favorável, aliás, talvez ajude a explicar algumas falas que relatam atitudes condenáveis eticamente e até criminosas. Não raro, eles debocham, riem das vítimas e até comemoram assassinatos.

É justamente o que acontece em uma entrevista com o fuzileiro naval e também sargento do Bope Wagner Luís de Almeida, conhecido como Cachorro Loco. Segundo ele, o apelido foi dado quando, desrespeitando a orientação de um colega que não o conhecia – “ninguém entra aqui sem blindado”, teria dito o oficial –, subiu o morro do Cruzeiro, também no Rio de Janeiro, à pé, sem blindado, trocando tiros com os criminosos civis.

“Nesse dia, matei. Quer dizer, falei errado (corrige ele, sorrindo ironicamente, olhando diretamente para a câmera): baleei três indivíduos armados com fuzis…. quanto mais tiro eu dava, era que nem cachorro, quando joga um osso, que ele fica abanando o rabo… quanto mais tiro eu dava, mais eu ficava: mais! Mais! Mais! (diz ele, ao parecer imitar um cachorro) Parecia o Dick Vigarista. Tacava bala! Tá ficando legal, meu irmão!”. O Dick é um personagem de desenho animado conhecido por ser trapaceiro e que ocupa o papel de vilão das histórias.

A fama de “cachorro loco“ é reforçada por outra história contada por Wagner. Dessa vez, foi no início da carreira: “joguei três ou quatro (criminosos) para o alto. Pô, ocorrência maneira para caralho! Ai voltei para o meu setor (na polícia). Terminei a noite toda de serviço”. “Felizão, né?’, pergunta o apresentador do programa, também empolgado com o desfecho. “Pô, (era) tudo que eu queria!”, finaliza eufórico.

Em entrevista à Ponte, Wagner negou ter comemorado mortes e fez questão de lembrar que a operação que lhe rendeu o apelido foi motivada por um ataque de criminosos que encurralou um grupo de policiais, resultando na morte do colega de farda cabo Hélio Bezerra de Lima. “Eu falei que quanto mais tiro eu tomava dos traficantes, maior era a minha vontade de resgatar o policial que estava no chão morto”, garante. Sobre a comparação com um cão feita por ele mesmo no podcast, diz que a relação está no fato de ter obedecido uma ordem recebida do comandante ao subir a favela à pé naquele dia. “Eu, Wagner, me comparei com um cão que cumpria a missão com o sacrifício da minha vida. […] Cumpri a missão com êxito”, avalia.

A entrevista do sargento Wagner ao podcast tem mais de sete horas de duração. Ela é uma das produções do Fala Glauber, um dos mais populares do gênero no YouTube. O apresentador e idealizador é o policial penal Glauber Mendonça. Segundo o texto de apresentação do canal, o objetivo é tratar do “universo concurseiro policial” e de assuntos que envolvam a polícia de uma forma geral. Glauber não respondeu aos pedidos de entrevista feitos pela Ponte.

As entrevistas do canal são transmitidas ao vivo duas vezes por semana em média. Os cortes, como são chamados os vídeos produzidos a partir de trechos dos programas, são publicados diariamente. Em dois anos de atividade, já são mais de 573 milhões de visualizações. O vídeo mais popular acumula 7,8 milhões de acessos. Trata-se de uma conversa com o policial que diz ter pego Lázaro Barbosa – um criminoso que, depois de ter matado quatro pessoas da mesma família no Distrito Federal em 2021, mobilizou, por dias, um grande contingente policial na sua busca. O texto de destaque no vídeo chama a atenção para uma das falas do convidado: “demos 135 tiros nele e…”.  O canal acumula 36 produções com mais de um milhão de visualizações. Em comum, a ênfase num mesmo aspecto das histórias: a violência.

Tudo é narrado e comentado com muita naturalidade. Até mesmo aqueles casos nos quais, claramente, os policiais, a partir dos relatos feitos pelos entrevistados, cometeram crimes. É o caso da história contada pelo policial licenciado Miquéias Arcênio. O militar carioca relata a existência de operações ilegais e extraoficiais do Bope. “O Bope quando entra… ele faz o diabo mesmo. Ele entra e mata os outros na faca mesmo.” Segundo Arcênio, “quando eles querem fazer uma covardia, eles tiram o uniforme deles e põem o nosso, o convencional (da PM)”. Ele conta que uma dessas chacinas teria resultado em sete mortos. Porém, quando os policiais do batalhão foram questionados sobre o acontecido na sua região, a resposta foi: “não, o Bope nem saiu do quartel hoje (risos)”. Miqueias Arcênio foi assessor do vereador cassado e ex-policial militar Gabriel Monteiro, preso desde novembro de 2022 por estupro, além de ter sido candidato a vereador por São Gonçalo-RJ pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC) em 2020.

O desejo de matar aparece em outros programas também. Ao comentar sobre o início da carreira na polícia, Sargento Costa lembra do dia que sofreu com os graves efeitos colaterais de uma anestesia. O medicamento havia sido usado durante o procedimento de retirada de uma tatuagem em um dos braços. Ao perder parcialmente o controle do corpo, naquele momento, “pensei: meu Deus, eu vou morrer! Morrer antes de matar vagabundo! Porque o meu sonho era matar vagabundo”, confessa.

Já o relato feito pelo policial civil Thiago Raça chama a atenção por compartilhar com a audiência do programa uma decisão nada abonadora: executar ou não um menor de idade que agonizava no chão depois de ter tomado cinco tiros.

Ao presenciar um assalto dentro do ônibus que viajava no Rio de Janeiro, Raça reagiu e matou um dos dois menores infratores com sete tiros. “Caiu fedendo”, ironizou. O outro, que ameaçava os passageiros com uma arma de pressão quebrada, “remendada com fita isolante”, foi alvo de 5 disparos.

Caído, desarmado, com ferimentos que impediam qualquer reação, ao ver o policial se aproximando, implorou para não ser morto: “até pensei em matar ele ali, né”, admitiu o policial. “Falei, porra… mas daí o passageiro pediu pra não matar… ‘pô, não mata ele aí não que vai voar miolo em cima de mim’ (risos)”. Thiago atendeu ao apelo do passageiro e, por uma questão de higiene, não executou o adolescente baleado e esse sobreviveu.

“É uma espécie de raiz quadrada da barbárie”. define o antropólogo e ex-subsecretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro Luiz Eduardo Soares sobre as histórias contadas nos programas. Ele admite que os crimes cometidos pela polícia já são conhecidos. Porém, nos podcasts e videocasts, transformados em narrativas, os fatos são reeditados e amplificam os seus aspectos mais brutais.

O resultado é um processo de revitimização e a expansão da violência para um público imensamente maior. “Se de um lado é aterrador, por outro lado é também um sintoma. Talvez seja benéfico que a gente possa vislumbrar isso tudo e, com isso, refletir sobre o prazer que isso está suscitando, o apoio que isso está conquistando e a sua própria realidade. Não se trata, portanto, de sugerir a censura, mas de exigir o bloqueio a esse tipo de prática, a esse tipo de formação de subjetividade.”

O apoio mencionado por Soares é quase unânime nos comentários dos vídeos. Os policiais que contam as suas histórias de violência, crime e morte são tratados como heróis, guerreiros e defensores do “cidadão de bem”. A audiência se mostra, inclusive, preocupada com possíveis repercussões negativas das entrevistas para os militares. Eventualmente, sugerem que determinado conteúdo seja retirado do ar ou que o título do vídeo seja alterado para não prejudicar ninguém que tenha envolvimento com os fatos relatados. A ideia de que “bandido bom é bandido morto” parece ser quase uma unanimidade nesse tipo de ambiente.

O Sargento Castro, da Polícia Militar de São Paulo, conhecido como “policial raiz”, é um personagem bastante presente em diferentes programas do gênero. Parece ser um dos mais festejados pela audiência pela natureza das histórias que conta. Um dos episódios, no qual conta como ele e os colegas agiam para “manter a ordem” no seu turno de trabalho, é bastante emblemático.

“Quebrava todo mundo a pau, mano. A gente assumia a viatura cada um com um pedaço de pau. Descia da viatura, era couro. Couro! Então, quando ‘os cara’ falava: ‘Puta, a polícia chegou, véi’. Já sabia: ‘ou a gente fica piano ou vai apanhar’. Porque apanha… da vítima à testemunha, e indiciado. Apanhava todo mundo. ‘Entendeu?’ E botava ordem na casa, véi.  A gente chegava e botava ordem na casa. E outra: se uma viatura não desse conta, ‘vinha’ duas… ‘vinha’ três… e cada vez que chegava uma viatura, já sabia que o pau ia aumentar. O couro ia comer. O povo, cara, ele gosta da polícia assim. E a polícia é a última instância, cara. Não tem outra instância. Vai chamar quem? O Batman?”. Nos comentários, o tom predominante é de vibração e elogio.

O “bom humor” do Sargento Castro também é comemorado pelo público. Ao podcast Danilo Snider, ele conta, às gargalhadas, como organizou a escala do policiamento das torcidas durante um clássico entre Palmeiras e Corinthians. Depois de reunir a tropa, perguntou: “quem é corinthiano? Portão do Palmeiras. O resto – eu sou santista – tudo comigo, para o portão do Corinthians. Você acha que ‘os bonito’ bateu pouco? (gargalhadas) Eu quero é ver o chicote estalar”. A violência não para por aí. “Levava uma sacola de bomba, né meu. Olhava, via dois três num lugar: ‘é tumulto!’ (ahhhh, pah! Grita, ao imitar o som das bombas, em meio às risadas do apresentador). Ah, explodia tudo! Meu negócio era tacar bomba!”.

O podcast/videocast Danilo Snider leva o nome artístico de Danilo Martins, 34 anos, apresentador e idealizador do programa. Embora na foto de capa do canal apareça com uma camiseta camuflada, tipo militar, e um armamento longo em mãos, ele não tem origem na polícia. Antes da internet, trabalhou com contabilidade, montou uma hamburgueria nos fundos de casa e, com o dinheiro da venda de um carro, abriu uma balada em Itaquera, na zona leste de capital paulista, que foi fechada no período mais agudo da pandemia. Nesse momento, “para sobreviver”, passou a atuar como DJ em festas clandestinas. “Ou era isso, ou passava fome.”

Em 2021, depois de assistir muitos vídeos no YouTube, resolveu, mais uma vez, empreender. Com o dinheiro emprestado de um amigo, além de pagar a conta de luz que seria cortada, compra dois microfones para lançar um podcast. Primeiro, tentou entrevistar MCs do funk. Não emplacou. Como assistia muitos vídeos de perseguição policial, resolveu arriscar com os policiais que já tinham presença nas redes, os influencers. “Deu muito certo”, comemora. O canal hoje emprega uma equipe de dez pessoas e soma mais de 1,5 milhão de inscritos. São pelo menos dois vídeos publicados todos os dias, além das transmissões ao vivo, que chegam a durar mais de quatro horas.

Embora os episódios recentes do podcast sejam recheados de histórias de violência, Snider diz que o objetivo é para ser “um podcast mais suave… dar risada e falar sobre a vida da pessoa (convidado)”. Quando pergunto sobre a sua responsabilidade em divulgar, dar espaço e visibilidade para tais discursos, ele se defende: “Não sou responsável pelas palavras deles. Sou responsável pelas minhas palavras. O objetivo do podcast não é disseminar a violência, mas sim mostrar a realidade do trabalho policial”.

Numa das entrevistas mais recentes feitas por Snider, ele ouviu do capitão Silva Rosa uma história nada suave e nem um pouco digna de risadas. O militar contou sobre o seu primeiro dia na Força Tática da Polícia Militar de São Paulo. Rosa teria ouvido de um policial, que ostentava oitenta autos de resistência no currículo – como eram registradas as mortes cometidas por policiais nos ditos confrontos desde a época da ditadura civil-militar –, logo que ingressou no novo grupo: “Seja bem-vindo. O senhor veio fazer o que, cumprir escala ou fazer tático? Eu disse: ‘não, veja bem…’. Veja bem, não! (interrompeu o comandante) O tático é para matar. O senhor veio matar ou cumprir escala? Não, eu quero! Eu vim aqui para matar!”.

Diante da resposta, o praça completa: “O senhor tem então quinze dias para matar um ladrão. Se não, o senhor cumpre escala”. Na doutrina militar, ordem dada é ordem cumprida. No décimo quinto dia de trabalho, Rosa “trombou” com um “ladrão” – nas palavras dele –, que levou a pior. “Saco”, é a expressão que ele usa para confirmar que o homem foi morto. Agora faltava ainda matar outros “79 ladrões” para alcançar o chefe, “brincam”, entre muitas risadas, o apresentador e participante do programa.

O capitão Silva Rosa é investigado por violência doméstica contra a ex-namorada. Ela denunciou ter sido agredida com um mata-leão e ameaçada de ter o pescoço quebrado, conforme revelou a Ponte em 2022. O Tribunal de Justiça acatou o pedido de medida protetiva feito pela vítima na época e o inquérito está, desde fevereiro, sob análise da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), já que o tribunal discordou da avaliação do Ministério Público em arquivar a investigação por entender que existem provas de violência de gênero, como o exame de corpo de delito que identificou as lesões. O caso corre sob sigilo.

O capitão também já respondeu a cinco inquéritos por morte decorrente de intervenção policial, todos arquivados. No Tribunal de Justiça Militar, existem contra ele investigações sobre suspeita de extorsão e prevaricação em andamento. Ele já foi absolvido de uma acusação de lesão corporal e outra de crítica indevida em redes sociais.

Mais recentemente, a Corregedoria da PM de São Paulo abriu uma investigação disciplinar contra o capitão após a repercussão de trecho de uma entrevista que deu a um podcast em que descreveu uma abordagem violenta a uma mulher grávida que lhe devia dinheiro. “Aí cheguei, bati na porta dela. ‘Quem é?’ Abre aí que é a polícia. ‘Quê?’ Abre aí que é a polícia, senão vou derrubar. Mano, se você não me pagar eu vou começar a chutar a sua barriga, eu vou pular em cima de você, eu vou arrancar a sua orelha na mordida”, descreve o capitão, aos risos do apresentador do podcast.

Antônio Eduardo Ramirez Santoro, professor da Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FND/UFRJ), ressalta que o policial tem o direito de, em algumas circunstâncias, agir de forma violenta, desde que a ação seja moderada e proporcional à ação do criminoso. “Qualquer violência policial que não seja precedida de uma agressão ou de uma suposição de iminente de agressão é violência policial criminosa.”

Sobre os discursos violentos presentes nos vídeos, ele acredita que, em alguns casos, há apologia ao crime e ao criminoso, crimes contra a paz pública previstos nos artigos 286 e 287 do Código Penal. Porém, para ele, só a criminalização dos policiais não vai resolver. “Enquanto ainda tiver gente achando interessante, engraçado e legítimo relatos como esses, isso vai continuar acontecendo.”

Marcos Rolim, sociólogo e especialista em segurança pública, acredita que, para mudar essa cultura que dá suporte à ação violenta e criminosa da polícia, as pessoas precisam se dar conta que “quanto mais violenta for a polícia mais corrupta ela será. A ideia de que há uma violência policial sem corrupção é uma ingenuidade, coisa de criança. Porque se eu tenho violência policial é uma demonstração que eu tenho ausência de profissionalismo, ausência de consciência e de falta de controle absoluto. Como que um policial vai para a internet e assume publicamente a prática de crimes sem problema? Porque ele percebe, pela sua experiência anterior, que ele não vai responder a inquérito. E, se responder, não vai ser punido. E, se for punido, não será uma coisa grave”. Em outras palavras, como foi dito em um dos programas e relatado nesta reportagem: “é aquele famoso: se der, dá pouca coisa”.

O que dizem os policiais e as polícias

A Ponte tentou contato com todos os policiais citados nesta reportagem. A assessoria do Sargento Castro informou apenas que ele não tem “interesse em participar”. Miquéias Arcênio prometeu responder às perguntas por e-mail, o que não aconteceu até a publicação deste texto. Os policiais Brito, Silva Rosa, Thiago Raça e Costa não responderam às mensagens enviadas através das suas contas nas redes sociais.

O YouTube também não se manifestou sobre as possíveis violações às suas diretrizes, estímulo à violência e discurso de ódio presentes nos vídeos.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), da mesma forma, não enviou qualquer resposta sobre o que foi dito pelos seus policiais.

Por fim, a Secretaria de Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que os vídeos mencionados na reportagem foram encaminhados para a Corregedoria Geral da Corporação para análise dos casos.

Publicado originalmente na Ponte

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link