O garimpo ilegal em Terra Indígena Yanomami usa pistas clandestinas em fazendas nas proximidades dos territórios. A atividade criminosa envolve, além de fazendeiros, agentes políticos, servidores públicos e uma cadeia de empresas e empresários envolvidos com lavagem de ouro. A informação é da Folha de S.Paulo.
Segundo o delegado Thiago Leão Bastos, da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Polícia Federal, “existe uma logística fluvial e um modal aéreo para o garimpo. Mas o que é predominante é esse modal aéreo”. Ele é responsável por investigações sobre o garimpo ilegal na terra yanomami.
A PF acredita que dezenas de fazendas funcionam na operação logística do garimpo, que envolve mais de 20 mil garimpeiros. Segundo moradores da região, as pistas clandestinas funcionam em fazendas que não são vistas a partir de rodovias ou estradas vicinais.
A PF aponta que o garimpo conta com 77 pistas de pouso clandestinas no total. Parte delas chegou a ser embargada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis), mas é acabou sendo usada por operadores dos esquemas.
Em Roraima, a corporação já apreendeu 42 helicópteros e aviões e destruiu outros 28. Há 29 aeronaves no pátio da polícia em Boa Vista. Um dos donos dos veículos é Rodrigo Martins de Mello, empresário bolsonarista que se coloca como liderança pró-garimpo no estado e disputou o cargo de deputado federal pelo PL.
Ele já foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em Roraima por suspeita de liderar organização criminosa que explora garimpo ilegal. A ação pede que seja ordenada uma indenização mínima de R$ 36,8 milhões, valor que deve ser revertido ao povo yanomami como forma de reparação de dano.