Pontual pede desculpas por apoiar bombardeio de ambulâncias em Gaza e admite não saber do que falava

Atualizado em 4 de novembro de 2023 às 20:25
Jorge Pontual

O comentarista da GloboNews, Jorge Pontual, pediu desculpas por seu comentário abjeito sobre a ação militar de Israel contra um comboio de ambulâncias próximo ao principal hospital de Gaza, Al Shifa. Em declarações nos Stories do Instagram no sábado (4), Pontual admitiu que poderia ter se expressado de maneira mais adequada.

“Minha intenção foi apresentar a versão de Israel sobre os acontecimentos. Reconheço que não fui feliz nas minhas palavras, pois a muitos soou como se eu estivesse endossando a ação”, lamentou.

Sim, o sujeito reconhece que dá a “versão” do governo Netanyahu. Admitiu, também, que falou sem apurar nada. “Ninguém tem informações seguras sobre o que realmente acontece lá. O que é certo é que a população de Gaza vive uma tragédia, com muitas vítimas civis, o que lamento profundamente. Peço desculpas por não ter deixado claro meu pesar pelas vítimas inocentes”.

As declarações do programa “Em Pauta” provocaram indignação nas redes sociais e o termo “Globo apoia genocídio” figurou entre os mais comentados no X (antigo Twitter).

Na ocasião, o comentarista afirmou que ambulâncias poderiam estar sendo usadas por combatentes do Hamas, e que ataques a esses combatentes seriam um direito de autodefesa do país. Tudo chute, sem o menor critério, repetindo a propaganda israelense.

O pedido de desculpas de Pontual no Instagram

A polêmica gerou questionamentos sobre a falta de um posicionamento oficial da GloboNews frente às falas de Pontual e suscitou debates sobre a continuidade da parceria entre a Unicef e a Globo, considerando a defesa das ações que resultaram na morte de civis, incluindo crianças.

Neste domingo, o ministro Paulo Pimenta, da Secom, bateu pesado. “É inaceitável. É vergonhoso. É assustador. Comentarista da Globo News, Jorge Pontual, vem se notabilizando por uma postura manipuladora e covarde sobre a guerra no Oriente Médio”, escreveu no X, antigo Twitter.

“Uma coisa é condenar os atos terroristas, a morte e os sequestros de civis israelenses, outra é justificar a barbáries, o genocídio e a morte indiscriminada de milhares de crianças e inocentes palestinos. Neste momento, os que não levantam sua voz em defesa da paz e de um corredor humanitário são cúmplices do que está acontecendo e, sobretudo, contribuem para que não se encontre uma solução para paz. Chega!”

Usuários do X expressaram repúdio às declarações do jornalista e questionaram a responsabilidade da emissora e de seus comentaristas em suas falas públicas. As críticas se estenderam à cobertura de conflitos e ao tratamento dado às vítimas civis, ressaltando a importância de um jornalismo que preserve a dignidade humana e promova a paz.