Por “Jogo da Escravidão”, Educafro pede R$ 100 milhões de indenização ao Google

Atualizado em 28 de maio de 2023 às 9:47
Imagem do jogo “Simulador de Escravidão”, já retirado da Play Store. Imagem: Reprodução

O projeto social Educafro Brasil entrou na Justiça com uma ação civil pública para requerer, do Google, indenização de R$ 100 milhões pelo fato da big tech ter permitido a disponibilização do jogo racista “Simulador de Escravidão” em sua plataforma Play Store. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

No jogo, é possível comprar escravos, praticar castigos físicos, enriquecer com o trabalho deles e evitar rebeliões e fugas. O Google disse inicialmente que não se manifestaria sobre o assunto, mas posteriormente divulgou que baniu a desenvolvedora do jogo, Magnus Game, da sua loja de aplicativos.

A ação da Educafro foi protocolada neste sábado (27), no Foro Central Cível do Rio de Janeiro, e trata de dano moral coletivo. De acordo com a entidade, o valor da indenização será revertido para o Fundo Nacional de Defesa do Consumidor e ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.

“Chega a ser inacreditável que, em pleno ano de 2023, a população negra, não só do Brasil, mas de todos os países onde o fato repercutiu, a testemunhar a maior empresa de tecnologia do mundo inteiro auferir com racismo explícito e clara apologia à escravidão, violência física, verbal e sexual de pessoas negras como forma de entretenimento”, diz a Educafro na ação indenizatória.

Lançado no dia 20 de abril, o jogo contava com mais de mil downloads, além de diversas avaliações positivas, incluindo comentários de usuários carregados de preconceito racial.

“Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam instalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito”, escreveu um jogador. “Muito bom mesmo, retrata bem o que eu gostaria de fazer na vida real”, disse outro usuário.

Jogo “Simulador de Escravidão”. Foto: Reprodução
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