O segundo turno entre José Serra e Fernando Haddad é uma excelente notícia para São Paulo. Celso Russomanno nunca foi o que fingia ser: uma alternativa aos dois partidos que se revezam no poder há tantos anos. Antes, é um populista, com o velho perfil de defensor do consumidor e dos pobres, como você viu no artigo revelador de Joaquim de Carvalho publicado aqui, cuja repercussão teve impacto em sua candidatura.
Sua queda livre nos últimos dias levou ao fim, ao menos por ora, uma aventura que poderia dar num governo apadrinhado pela Igreja Universal, com a mãozinha do deputado estadual Campos Machado, presidente do PTB e coordenador de sua campanha.
A estrutura do PSDB e do PT pesou. Custou, mas ambos os partidos perceberam que o grande inimigo, no primeiro turno, era Celso Russomanno. Perto de 8 mil cabos eleitorais do PT e 1500 do PSDB foram à periferia atacar as promessas do candidato do PRB, que eram mais frágeis do que se supunha. Colou em Russomanno, e nunca mais saiu, a fama de que aumentaria o preço do bilhete do ônibus.
Serra e Haddad não são perfeitos, obviamente. Mas um embate entre os dois é muito melhor e mais rico. A briga vai ser boa. Os paulistanos merecem.