Por que a eliminação do Brasil na Copa do Mundo Feminina é um vexame retumbante. Por Luan Araújo

Atualizado em 2 de agosto de 2023 às 11:27
Seleção brasileira de futebol feminino. (Foto: Reprodução)

A Seleção Brasileira caiu de forma vexatória na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina nesta quarta-feira, após empatar em 0 a 0 com a Jamaica em Melbourne, na Austrália.

E é assim que devemos chamar essa eliminação. De vexame.

A começar pelo adversário, claro. A Jamaica, 41ª colocada do Ranking da FIFA, precisou de uma vaquinha online para ter recursos para jogar. O Brasil tinha a obrigação de passar num grupo com Jamaica e Panamá, mesmo com a presença da forte seleção francesa (para quem o Brasil perdeu em um vacilo inacreditável no fim do jogo).

É vexame pelo péssimo trabalho da técnica Pia Sundhage. A sueca, no cargo desde 2019, renovou a Seleção em nomes, mas retrocedeu nas ideias. O Brasil entre 2019 e 2023 só venceu duas seleções top-10 em amistosos e torneios. Caiu nas Olimpíadas de Tóquio de maneira ridícula num jogo contra o Canadá, sem nenhuma ousadia. E agora, fecha seu trabalho com chave de lata com essa eliminação. E essa eliminação passa por uma convocação patética e escolhas ruins dentro do torneio.

É vexame pela falta de personalidade das jogadoras. Em 2019, Marta, a grande craque do futebol do país, cobrou as meninas mais novas para terem isso.

Em sua última Copa do Mundo Feminina, Marta disputa bola com jogadora da Jamaica. Crédito: William West / AFP

Elas, as jogadoras mais novas, não tiveram. Debinha, artilheira do período de Pia, fez uma péssima Copa. Outras jogadoras, como Luana, e Antônia, deveriam ter saído do time para a entrada de Duda Sampaio e Bruninha, por exemplo. Mas, principalmente, faltou personalidade para elas perceberem a temperatura das partidas.

É vexame, enfim, pelo conjunto da obra. Se, antigamente, poderia se falar que o futebol feminino do Brasil não tinha apoio, hoje a realidade é diferente. Temos um futebol de clubes consolidado, com três divisões nacionais. Temos torneios e clubes com categorias de base.

A final do Campeonato Brasileiro do ano passado levou mais de 45 mil pessoas ao estádio do Corinthians. O momento é outro. Os torcedores esperavam mais.

É vexame quando olhamos toda a perspectiva do futebol brasileiro e da CBF como um todo. Nos últimos torneios mundiais da FIFA, a Seleção Brasileira foi eliminada de maneira ridícula pela Croácia, na Copa do Mundo Masculina, por Israel, na Copa do Mundo Sub-20 e agora pela Jamaica na Copa do Mundo Feminina. A CBF fez o torcedor brasileiro conviver com o vexame. E, com o indefectível e sem nenhum lastro com futebol, Edinaldo Rodrigues na presidência, a coisa só tende a piorar.

É vexame. Não tem muito o que falar. E que o torcedor brasileiro não permita que essa camisa normalize isso.

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