A Seleção Brasileira caiu de forma vexatória na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina nesta quarta-feira, após empatar em 0 a 0 com a Jamaica em Melbourne, na Austrália.
E é assim que devemos chamar essa eliminação. De vexame.
A começar pelo adversário, claro. A Jamaica, 41ª colocada do Ranking da FIFA, precisou de uma vaquinha online para ter recursos para jogar. O Brasil tinha a obrigação de passar num grupo com Jamaica e Panamá, mesmo com a presença da forte seleção francesa (para quem o Brasil perdeu em um vacilo inacreditável no fim do jogo).
É vexame pelo péssimo trabalho da técnica Pia Sundhage. A sueca, no cargo desde 2019, renovou a Seleção em nomes, mas retrocedeu nas ideias. O Brasil entre 2019 e 2023 só venceu duas seleções top-10 em amistosos e torneios. Caiu nas Olimpíadas de Tóquio de maneira ridícula num jogo contra o Canadá, sem nenhuma ousadia. E agora, fecha seu trabalho com chave de lata com essa eliminação. E essa eliminação passa por uma convocação patética e escolhas ruins dentro do torneio.
É vexame pela falta de personalidade das jogadoras. Em 2019, Marta, a grande craque do futebol do país, cobrou as meninas mais novas para terem isso.
Elas, as jogadoras mais novas, não tiveram. Debinha, artilheira do período de Pia, fez uma péssima Copa. Outras jogadoras, como Luana, e Antônia, deveriam ter saído do time para a entrada de Duda Sampaio e Bruninha, por exemplo. Mas, principalmente, faltou personalidade para elas perceberem a temperatura das partidas.
É vexame, enfim, pelo conjunto da obra. Se, antigamente, poderia se falar que o futebol feminino do Brasil não tinha apoio, hoje a realidade é diferente. Temos um futebol de clubes consolidado, com três divisões nacionais. Temos torneios e clubes com categorias de base.
A final do Campeonato Brasileiro do ano passado levou mais de 45 mil pessoas ao estádio do Corinthians. O momento é outro. Os torcedores esperavam mais.
É vexame quando olhamos toda a perspectiva do futebol brasileiro e da CBF como um todo. Nos últimos torneios mundiais da FIFA, a Seleção Brasileira foi eliminada de maneira ridícula pela Croácia, na Copa do Mundo Masculina, por Israel, na Copa do Mundo Sub-20 e agora pela Jamaica na Copa do Mundo Feminina. A CBF fez o torcedor brasileiro conviver com o vexame. E, com o indefectível e sem nenhum lastro com futebol, Edinaldo Rodrigues na presidência, a coisa só tende a piorar.
É vexame. Não tem muito o que falar. E que o torcedor brasileiro não permita que essa camisa normalize isso.