Ladies & Gentlemen:
Não consigo entender, francamente, a polêmica em torno da escolha de Messi como o maior jogador da Copa.
Messi é tão superior aos demais jogadores que em qualquer competição ele fatalmente haverá de ser o melhor.
Na Copa, ele carregou a Argentina até a final – e por muito pouco o título escapou. Supernatural Jones desviou um tiro certeiro do próprio Messi no começo da prorrogação, e a bola da apoteose alviceleste saiu por centímetros.
Há um Messi que todos vêem e um Messi que só poucos percebem. O primeiro é o driblador soberbo, de grandes arrancadas e controle de bola assombroso.
O segundo é o que atrai a atenção o tempo todo dos adversários e infla a confiança de seus companheiros.
Messi pode passar dez, quinze minutos sem tocar na bola, e mesmo assim ele será vital. Mais de um jogador do outro time estará entretido com ele, e seus colegas jogarão mais do que jogariam se ele não estivesse em campo.
É uma injustiça monumental que Messi não tenha uma Copa. Tantas mediocridades já ergueram a taça, e ele pode ter perdido a última grande chance.
Coloquemos assim, para ficar mais claro: até Podolski leva, neste quesito, vantagem sobre Messi.
Desde Maradona não havia um craque como ele. E sabe-se lá quantos anos vão se passar até que surja outro jogador tão espetacular.
Suspeito que um pouco da controvérsia sobre o prêmio de Messi se deva ao fato de que todos têm uma expectativa massacrante quanto a ele.
Há também a participação da miséria humana no debate: todos adoram odiar o gênio.
Ladies & Gentlemen: não é segredo para ninguém o quanto nós, ingleses, detestamos os alemães.
Mas eu garanto a vocês: não é por este ódio ancestral aos germânicos que eu vesti, no domingo, a camisa da Argentina.
Foi por causa de Messi.
Sei, e todos deveriam saber, que sou um privilegiado por poder vê-lo em ação.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura