Por que a polêmica sobre o prêmio de Messi?

Atualizado em 16 de julho de 2014 às 12:46
O melhor, de longe
O melhor, de longe

Ladies & Gentlemen:

Não consigo entender, francamente, a polêmica em torno da escolha de Messi como o maior jogador da Copa.

Messi é tão superior  aos demais jogadores que em qualquer competição ele fatalmente haverá de ser o melhor.

Na Copa, ele carregou a Argentina até a final – e por muito pouco o título escapou. Supernatural Jones desviou um tiro certeiro do próprio Messi no começo da prorrogação, e a bola da apoteose alviceleste saiu por centímetros.

Há um Messi que todos vêem e um Messi que só poucos percebem. O primeiro é o driblador soberbo, de grandes arrancadas e controle de bola assombroso.

O segundo é o que atrai a atenção o tempo todo dos adversários e infla a confiança de seus companheiros.

Messi pode passar dez, quinze minutos sem tocar na bola, e mesmo assim ele será vital. Mais de um jogador do outro time estará entretido com ele, e seus colegas jogarão mais do que jogariam se ele não estivesse em campo.

É uma injustiça monumental que Messi não tenha uma Copa. Tantas mediocridades já ergueram a taça, e ele pode ter perdido a última grande chance.

Coloquemos assim, para ficar mais claro: até Podolski leva, neste quesito, vantagem sobre Messi.

Desde Maradona não havia um craque como ele. E sabe-se lá quantos anos vão se passar até que surja outro jogador tão espetacular.

Suspeito que um pouco da controvérsia sobre o prêmio de Messi se deva ao fato de que todos têm uma expectativa massacrante quanto a ele.

Há também a participação da miséria humana no debate: todos adoram odiar o gênio.

Ladies & Gentlemen: não é segredo para ninguém o quanto nós, ingleses, detestamos os alemães.

Mas eu garanto a vocês: não é por este ódio ancestral aos germânicos que eu vesti, no domingo, a camisa da Argentina.

Foi por causa de Messi.

Sei, e todos deveriam saber, que sou um privilegiado por poder vê-lo em ação.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura

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Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.