A Sexta-Feira Santa é um dia reverenciado pelos católicos em todo o mundo, marcado não apenas pela abstinência de carne, mas também por profunda reflexão e compaixão. Contrariando uma concepção comum, a recomendação de evitar carne não está diretamente ligada à simbologia do “corpo de Cristo”, mas sim à promoção da caridade e introspecção espiritual.
A abstinência visa incentivar a prática da caridade. Historicamente, a carne foi um alimento de alto custo, e ao se abster dela, os fiéis são instigados a exercitar a compaixão e auxiliar os necessitados.
Nesse sentido, a privação de carne deve ser acompanhada por momentos de reflexão, oração e recolhimento, diminuindo a agitação cotidiana.
“Alguns transformaram a Sexta-feira Santa em uma peixada, dia de comer peixes nobres. Temos é de fazer a lembrança, reflexão espiritual. É um dia para que o corpo reze. Enquanto padre, sempre recordo que não é o dia da peixada. É dia de comer pouco”, disse o padre Anderson Batista Monteiro, professor de Teologia na PUC-RJ, em entrevista ao Uol.
Quanto à questão de se comer carne constitui um pecado, a opinião dos padres varia, não havendo consenso. A abstinência de carne é uma norma que favorece a espiritualidade, mas não está entre os 10 mandamentos, deixando espaço para interpretações individuais.
Embora a Sexta-Feira Santa esteja intrinsecamente ligada ao domingo de Páscoa, as datas têm significados distintos para cristãos e judeus. Enquanto os cristãos celebram a Sexta-Feira Santa como o dia da crucificação de Jesus, seguido de sua ressurreição no domingo de Páscoa, os judeus comemoram a Páscoa como a libertação do povo judaico da escravidão no Egito, conhecida como “Pessach”.
Ainda no catolicismo, a Sexta-Feira Santa faz parte da Semana Santa, período em que os católicos relembram os eventos finais da vida de Cristo. Desde o Domingo de Ramos, esse período é marcado pela entrada de Jesus em Jerusalém, até a quinta-feira, com a Última Ceia.