Por que há cada vez mais “influencers” e mortes após procedimento estético no Brasil

Atualizado em 3 de julho de 2024 às 17:50
A Polícia Civil investiga a morte da influenciadora Aline Maria Ferreira da Silva (33), que realizou cirurgia estética para aumentar glúteos. Foto: Reprodução

Morta nesta terça (2), a influenciadora Aline Maria Ferreira da Silva (33) é a mais recente vítima de problemas após procedimentos estéticos. A biomédica Grazielly da Silva Barbosa, que realizou a cirurgia sem ter registro profissional e nem alvará de funcionamento em sua clínica, foi presa em flagrante.

Segundo o pesquisador e dermatologista Érico Di Santis, o Brasil registrou 102 mortes por procedimentos estéticos no país entre 1987 e 2015. Apesar de não existir um levantamento mais recente sobre o tema, casos de vítimas de cirurgias do tipo têm se multiplicado nos noticiários do país.

O Brasil atualmente é o segundo país com mais influenciadores no mundo, segundo pesquisa da Nielsen, empresa que realiza medição, dados e análises de audiência. O levantamento, que considera “influenciador” um perfil com mais de mil seguidores, aponta que o país tem um total de 13 milhões de pessoas nessa atividade.

De acordo com um estudo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, o uso constante de mídias sociais e o acompanhamento de perfis de celebridades têm aumentado o desejo de pessoas de passar por intervenções estéticas e, consequentemente, a procura por esse tipo de serviço.

Ao mesmo tempo em que o número de influenciadores cresce e o estímulo a intervenções estéticas aumenta, pessoas não autorizadas têm realizado o procedimento e usado as redes sociais para promover as práticas e o próprio trabalho. É o caso de Natalia Fabiana de Freitas Antonio, influencer conhecida como “Natalia Becker”, que causou a morte de Henrique Silva Chagas (27) após uma aplicação de “peeling de fenol”.

Ela, que não tinha nenhuma especialização na área e fez apenas cursos online para realizar a aplicação, acabou sendo indiciada por homicídio. Seu perfil no Instagram era usado para expor o “antes e depois” de pacientes.

A influenciadora Natalia Becker foi indiciada por homicídio após causar a morte de paciente com aplicação de peeling de fenol. Foto: Reprodução

A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Marcela Sampaio, afirmou que existe uma “propaganda indiscriminada, com resultados irreais, e a autopromoção”. Ela relatou, em entrevista ao jornal O Globo, que entidades do setor têm recebido “inúmeros relatos de complicações sérias, inclusive morte, relacionadas a procedimentos estéticos realizados por não médicos”.

Por isso, a SBCP, junto da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), tem promovido uma iniciativa para restringir a realização de práticas como botox e peeling químicos somente a médicos especializados.

A ideia é proibir a realização de procedimentos invasivos por profissionais de áreas como de Farmácia e Odontologia, cujos conselhos têm permitido as práticas. A imposição de restrições por meio de leis impediria que essas entidades criassem normas que geram risco a pacientes.

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