O Twiter suspendeu a conta de diversos ativistas americanos de extrema direita, horas depois de anunciar novas ações para banir o discurso do ódio.
Entre as contas removidas estão as da organização de supremacia branca National Policy Institute, sua revista Radix e seu presidente Richard Spencer.
Spencer, que pede uma “limpeza étnica pacífica” para brecar a “desconstrução da cultura européia”, chamou a proibição de “stalinismo corporativo”. “Eles estão com medo e irão fracassar”, afirmou ele.
Um porta-voz do Twitter disse que “nossas regras proíbem ameaças violentas, assédio, conduta odiosa, e vamos agir contra contas que violam estas políticas”.
A companhia anunciou novas ferramentas destinadas a permitir que usuários controlem que conteúdo aparece em suas notificações, mas confirmou também uma mudança do processo de treinamento de moderadores e novos meios de denúncia de discurso de ódio.
Alguns usuários acham que as medidas foram tomadas tarde demais. E há quem se aproveite, tentando atrair aqueles afastados por suas posições extremas ou os que deixam o Twitter como protesto. O Gab adotou o slogan “liberdade de opinião para todos”. “Somos uma website de liberdade de expressão e nada mais. Estamos abertos a todos os usuários, não importa, suas crenças políticas, ideologia e posições morais”, diz a empresa, de acordo com o Guardian.
Trump persegue a mídia, público a apóia
O presidente eleito Donald Trump não dá mostras de que vá parar sua cruzada contra a mídia depois da eleição. Um dos pontos fortes da campanha foi um confronto contra o que classifica de uma mídia “desonesta” e “aparelhada”, e a perseguição não vai parar por aí.
No entanto, a guerra está na verdade aumentando o apoio público à imprensa. No domingo, dia 13, Trump postou no Twitter: “Uau! O New York Times está perdendo milhares de assinantes por causa de sua cobertura pobre e inacurada do fenómeno Trump”. A resposta do New York Times foi imediata: “Fato: aumento em novas assinaturas, impressas e digitais, 4x melhor que o normal”.
Desde o dia da eleição, o jornal tem visto um salto substancial nas assinaturas. O mesmo acontece com outros veículos, informa o MarktWatch. O Washington Post, elogiado por sua cobertura durante a campanha, disse ter tido um tráfego recorde em outubro, com aumento de leitores atrás de cobertura política.
Número de leitores de notícias está encolhendo
Empresas jornalísticas enfrentam o problema na queda do número de seus leitores há mais de uma décadas, e as tendências sugerem que isto apenas vá piorar com o tempo.
É improvável que o público mais jovem e o de meia idade jamais cheguem a ter um interesse ávido por notícias do que as gerações que irão substituir, ainda que tenham feito uma transição maciça para a internet como sua principal fonte de notícias.
Um recente estudo longitudinal da Pew Research mostra que os chamados Gen Xers (33 a 47 anos) e os Milenials (18 a 31), que passam menos tempo que os mais velhos seguindo as notícias no começo de sua vida adulta, até agora mostraram pouco interesse de que se tornarão consumidores mais frequentes à medida que envelhecerem.
Uma outra pesquisa do mesmo instituto, de 2012, mostrava que os membros da Geração Silenciosa (67 a 84 anos) haviam passado 84 minutos vendo, lendo ou ouvindo o noticiário no dia anterior à entrevista. Os Boomer (48 a 66) não ficaram muito atrás (77minutos), mas os Xers e os Milenials gastaram muito menos tempo: 66 e 46 minutos, respectivamente.
Os níveis relativamente modestos de consumo de notícias entre as gerações mais jovens pode ser o resultado de diversos fatores, como mais atividades que concorrem com a leitura, menos eventos históricos atraentes durante a infância e adolescência, e outros.
Mas um fator crítico surgido da pesquisa é que as pessoas mais velhas simplesmente gostam mais do noticiário que os mais novos.
Muito tem se falado do apelo potencial entre o público mais jovem da leitura de jornais em aparelhos digitais como iPhones, iPads e Kindles, mas esta leitura é pequena (8 por cento e 6 por cento, respectivamente) entre Milenials e Xers, e pouco faz para compensar o declinio da leitura e jornais entre estes públicos em anos recentes.
Enquanto os mais velhos continuam vendo TV, os Xers e Milenials cada vez mais recorrem à internet com o passsar do tempo. Entre os Xers a audência do noticiário na internert cresceu de 29 por cento para 49 por cento entre 2004 e 2012, E agora chega ao nível da TV, que também caiu (20 pontos percentuais no período). Há padrões semelhantes entre os Milenials, mas são mais extremos. Mais daqueles nascidos entre 1982 e 1995 (43 por cento) agora preferem a internet à TV (35 por cento).
Quase um em cinco usuários da internet usa bloqueadores de anúncios
Quase um em cada cinco usuários de internet no mundo estão usando bloqueadores de anúncios, segundo pesquisa de setembro da Kanar TNS. Mas este público não é avesso a mensagens de marcas. O problema é como isto está sendo feito.
A Kantar pesquisou usuários em mais de 50 países e descobriu que, no geral, 18 por cento disseram bloquear anúncios. Isto é ligeiramente mais comum entre respondentes mais jovens (20 por cento daqueles entre 16 a 34 anos). Este percentual caiu para 14 por cento entre usuários de 55 a 65 anos.
As taxas de bloqueio variam de país a país, mas os jovens têm maior probabilidade de suprimir anúncios que aparecem em seus browsers, incluindo nos telefones e tablets.
No caso os Estados Unidos, a queixa, comum em quase todos os lugares, é que os bloqueadores dizem querer evitar anúncios invasivos e irritantes, como aqueles que tampam conteúdo, seguem o conteúdo no scroll ou usam áudio ou vídeo automaticamente.
De acordo com uma pesquisa do segundo trimestre deste ano feita pela GlobalWebIndex, mais de 55 por cento disseram bloquear porque os anúncio eram irritantes ou irrelevantes, e 48 por cento porque ocupavam espaço demais.
Mas, diz a Kantar, bloquear anúncios não significa ficar alheio a mensagens de marcas. Os respondentes tinham quase duas vezes mais probabilidade de ter uma resposta positiva a brand content em mídia social.