Por que tem tanto nazista em Santa Catarina? Por Luis F. Miguel

Atualizado em 22 de fevereiro de 2023 às 1:20
Vereadora Maria Tereza Capra (PT). Foto: Reprodução

Publicado no Facebook de Luis Felipe Miguel

A vereadora Maria Tereza Capra, do PT de São Miguel d’Oeste, teve o mandato cassado por ter identificado, nas redes sociais, a saudação nazista feita por bolsonaristas do município.

É o uso golpista do instituto da cassação de mandato, que já havia ocorrido, por exemplo, no caso de Renato Freitas, em Curitiba (a cassação foi suspensa pelo Supremo).

Embora o bolsonarismo abrace um discurso fascista em todos os lugares, só em Santa Catarina essa vinculação com o nazismo é tão forte.

Só em Santa Catarina teve uma vice-governadora que passava pano para o pai negacionista do Holocausto. Só Santa Catarina tem candidato a vereador com uma suástica desenhada no meio da piscina.

É, segundo todas as pesquisas, o estado campeão – de longe – em presença de células neonazistas.

Lembro que meu pai contava que, fazendo reportagens no interior de Santa Catarina, mais de uma vez encontrou retratinhos de Adolf Hitler pendurados nas paredes das casas.

Ao que parece, uma parcela dos descendentes de imigrantes alemães nunca se desligou desse passado. E a mudança do clima ideológico no país permitiu que essa gente se manifestasse mais abertamente e ganhasse mais adeptos.

Minha família toda é de Santa Catarina. Eu não nasci lá, mas morei muitos anos. Sou casado com uma catarinense. Tenho muitos amigos catarinenses.

Todos são democratas, progressistas. Todos sofrem com essa associação com um estado que se tornou o emblema do neonazismo no país. Talvez se pudesse regularizar uma situação de “disforia de naturalidade” e eles pudessem redefinir suas identidades como, sei lá, maranhenses ou baianos.

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