Na tarde desta quarta-feira (5), Silvio Santos conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao telefone. A ligação aconteceu quando duas de suas filhas, Daniela Beyruti e Patrícia Abravanel, foram encontrar com o chefe do governo brasileiro no Palácio do Planalto, em Brasília.
De acordo com a coluna de Cristina Padiglione no Splash, o objetivo da reunião era apresentar o petista à Beyruti, vice-presidente do SBT. O encontro também contou com a participação do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e de Roberto Franco, vice-presidente institucional da emissora do dono do baú.
A conversa marcou o início de uma possível aproximação do SBT com o novo comando do poder executivo. Silvio Santos sempre se assumiu governista, mas o canal nunca havia estado tão próximo do Planalto como aconteceu durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A relação era sacramentada pela presença de um membro do clã Abravanel no ministério, o então deputado Fábio Faria, casado com Patrícia Abravanel, foi ministro das Comunicações no governo anterior.
O encontro de Patrícia e Daniela com Lula sinaliza que o canal paulistano está pronto para mudar a programação. Para o SBT, isso é conveniente, já que, além de um eventual receio de risco na renovação de concessão dos canais, também existe a publicidade oficial distribuída pelo governo federal.
Durante o comando de Temer, a emissora recebeu um aumento de seu percentual no total da verba publicitária do governo, exibindo campanhas sobre saúde, educação, aposentadoria, Caixa Econômica, Banco do Brasil e outras pastas. A participação do canal de Silvio Santos nessa conta ainda aumentou na era Bolsonaro.
Se aproximando do Lula, a empresa busca não perder a escala conquistada por meio das boas relações com o governo anterior, opositor do atual. Assim, o SBT fica longe da batalha travada entre os dois, mesmo tendo apoiado Bolsonaro até outubro do ano passado, quando foi derrotado nas urnas.
“A minha concessão de televisão pertence ao governo federal, e eu jamais me colocaria contra qualquer decisão do meu ‘patrão’, que é o dono da minha concessão. Nunca acreditei que um empregado ficasse contra o dono, ou ele aceita a opinião do chefe, ou então arranja outro emprego”, disse Silvio Santos em 2020, quando recebeu Bolsonaro em sua casa.